O presidente do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, defendeu o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), acusado de transfobia devido a uma fala durante discurso no Dia Internacional da Mulher. Na ocasião, Nikolas usou uma peruca e afirmou se sentir uma mulher transsexual, o que foi visto mal pelo Ministério Público Federal (MPF) que pediu para a Câmara investigar o caso.
“Tenho insistido que não basta ter identidade de gênero feminina ou se sentir mulher para usar wc feminino. Tem de ostentar papel de gênero feminino, estereótipos femininos culturalmente identificados pelas próprias mulheres, medida crucial para proteger as mulheres de assédio machista. Esse deputado não cometeu crime algum! Discurso transfóbico ‘oscambau’!”, disse a publicação realizada por Mott na quinta-feira (9), em suas redes sociais.
O posicionamento do presidente do Grupo Gay da Bahia gerou uma onda de críticas na internet, mas ele segue firme na sua opinião.
“Considero que a opinião deste deputado a respeito das transexuais e da transexualidade não constitui um crime, muito menos um ilícito ético para ser julgado pela Câmara", reforçou em entrevista ao Farol da Bahia neste sábado (11).
“O que ele [Nikolas] falou corresponde à realidade. Não basta um indivíduo se considerar mulher e dizer que tem identidade feminina se ele socialmente continua aparecendo e vivendo como um homem. A sociologia e a antropologia distinguem a identidade de gênero, que é o que a pessoa sente, e o papel de gênero”, continuou.
“Não basta o indivíduo dizer que é mulher, mas continua usando barba e estereótipo masculino. É a mesma coisa que um branco dizer que tem identidade negra. Como ele vai dizer que foi vítima de racismo se ele não tem o estereótipo e o fenótipo da raça negra? Apesar de nós sermos solidários com todas as travestis e transexuais, neste caso é fundamental que para usar um banheiro feminino se apresente como mulher”, concluiu.