Eleito principalmente com o apoio da oposição do governo estadual, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Ângelo Coronel (PSD) pretende manter uma gestão independente, com a mesma abertura para as duas bancadas. Como exemplo disso, ele encaminhou à procuradoria da Casa o pedido de abertura da CPI do Centro de Convenções, que visa investigar e responsabilizar os culpados pelo desabamento da estrutura. “Se a CPI que foi protocolada no dia 20 deste mês de março estiver totalmente dentro dos ritos e como também rege a nossa Constituição Estadual e o nosso regimento interno, não terei nenhum problema de chamar as lideranças da oposição e da situação pra que ele indique seus componentes e ela possa ser instalada”, afirma o presidente em entrevista ao Bahia Notícias.
Autodeclarado como um parlamentar ausente no passado, hoje Coronel passa a maior parte do seu tempo a serviço do parlamento. Ele conta que já chegou a atender mais de 80 pessoas num mesmo dia. “De segunda a sexta, eu devo estar atendendo uma média de, no dia mais econômico, 60 pessoas que eu já cheguei a aferir. Já chegou o recorde até de chegar a 88 pessoas em um dia da semana”, ressalta. Nesses dois primeiros meses de mandato, ele se dedicou a reformular toda a dinâmica da Casa com a implantação de comissões, o controle de ponto, que elevou o quórum de deputados nas sessões, e a redução de cargos para enxugar a Casa.
"Evidentemente tinha excessos e eu tive que cortar porque quando você sai, você fica num cargo por 10 anos e não é nem culpa de quem está no cargo de plantão, é que os pedidos políticos vão acumulando, acumulando e quando a pessoa toma pé está com a máquina inchada", critica. Seu antecessor, Marcelo Nilo (PSL), permaneceu à frente da Casa por cinco mandatos consecutivos. Com cerca de 40% dos departamentos e processos a serem analisados por sua equipe, Coronel deve ainda promover novos cortes no quadro de funcionários da AL-BA. Confira a entrevista completa, onde o presidente lembrou ainda os momentos marcantes de sua campanha, a polêmica contratação da sobrinha do senador Otto Alencar (PSD) e suas expectativas para o mandato de dois anos.
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