Fazenda Grande III

Prefeitura sanciona PL que dá nome de vítima da ditadura a rua de Salvador

Projeto de Lei é da ex-vereadora Maria Marighella

Foto: Google Street View
Foto: Google Street View

A Prefeitura de Salvador sancionou, na segunda-feira (7), a lei que dá nome a uma rua no bairro de Fazenda Grande III em homenagem a Luiz Fernando Contreiras de Almeida, um engenheiro, militante comunista e vítima da ditadura militar brasileira.

A ex-vereadora e atual presidente da Funarte, Maria Marighella, apresentou o Projeto de Lei, que o prefeito Bruno Reis sancionou. A lei foi publicada no Diário Oficial do Município em 7 de abril de 2025.

“A homenagem prestada agora pela cidade de Salvador repara simbolicamente a violência que ele sofreu e reconhece sua contribuição decisiva para a história democrática do Brasil”, declarou.

A via localizada no Acesso Local “02 – Qd B”, com início na Rua Vereadora Yolanda Pires e término no Caminho “16 – Qd B”, passa a se chamar Rua Luiz Contreiras.

O homenageado

Luiz Contreiras nasceu em Mundo Novo, na Bahia, em 6 de junho de 1923. Ele se formou engenheiro civil pela UFBA em 1947 e viveu em Salvador com sua companheira Amabilia Almeida, com quem teve três filhos.

Militante histórico do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Contreiras atravessou os principais embates políticos do país no século passado. Sua primeira prisão ocorreu no final da década de 1940, por organizar um comício na Praça da Sé, em Salvador, em comemoração ao centenário do Manifesto Comunista e em defesa da legalização do PCB, então colocado na clandestinidade pelo governo Dutra.

Em 1953, foi preso novamente durante a campanha “O Petróleo é Nosso”, mobilização popular que resultaria na criação da Petrobras. Sua terceira prisão ocorreu ainda aos 35 anos, quando foi levado à antiga Casa de Detenção.

Com o golpe de 1964, passou a ser perseguido pelo regime da ditadura militar, e em 1975 foi preso durante a Operação Radar, que desmantelou parte da direção nacional do PCB. Na prisão, foi torturado por Carlos Alberto Brilhante Ustra, conhecido por sua extrema crueldade nos porões do DOI-CODI, e vítima de tentativa de homicídio pelo delegado Sérgio Fleury, em uma ação ocorrida no sítio clandestino chamado “Fazendinha”, utilizado por agentes da repressão.

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