Política

Prefeitura de Ipirá vira alvo do MP e DPE e pode pagar valor milionário por precariedade no transporte escolar

Entidades ingressaram com uma ação na Justiça contra o Município

Reprodução/Instagram @dudy.oficial
Reprodução/Instagram @dudy.oficial

A Prefeitura de Ipirá, no centro-norte da Bahia, e o prefeito Edvonilson Silva Santos (PSD) – mais conhecido como Dudy – viraram alvo do Ministério Público (MP-BA) e da Defensoria Pública (DPE-BA) devido a prejuízos causados aos estudantes do município.

As entidades ingressaram com uma ação de responsabilização por dano civil coletivo, na última quarta-feira (5), pedindo que o Município e o prefeito a pagarem, solidariamente, indenização no valor de R$ 3 milhões pelos danos coletivos causados aos estudantes da rede municipal que dependem do transporte escolar.

Conforme apurado pelos órgãos, o sistema é ofertado, há anos, em situação precária e sem garantia mínima de segurança aos estudantes. O documento é assinado pelo promotor de Justiça Ailson Marques e os defensores públicos Carolina Valladares e José Carlos Teixeira.

Ademais, foram verificadas irregularidades relativas à superlotação dos veículos utilizados para o transporte escolar; em alguns deles, a ausência de cinto de segurança para todos os estudantes e ausência de vistoria nos veículos na periodicidade indicada pela legislação, dentre outras questões.

O prefeito e órgãos da Educação foram alertados sobre os fatos e chegaram a ser instados para qualificarem o serviço, mas “negligenciaram”.

Em março, o Ministério Público ajuizou ação contra o Município solicitando que a Justiça determinasse, liminarmente, o cumprimento de uma série de medidas com relação ao transporte escolar.

A Justiça acatou e obrigou a realização de vistoria em todos os veículos utilizados para o serviço; suspensão do veículo em caso de irregularidade sanável e proibição de uso quando insanável; proibição de superlotação nos veículos, dentre outras medidas.

Dificuldades na resolução

Na ação, os membros do MPBA e DPE assinalam que foram tentadas diversas formas de resolução extrajudicial do quadro de violações encontrado no transporte escolar de Ipirá, mediante recomendações, denúncias e requisições.

No entanto, o Município e o atual gestor “não lograram voluntariamente fornecer o serviço de transporte escolar em condições mínimas de segurança aos estudantes, muitos deles ainda na primeira infância, ensejando sua responsabilização pelos danos coletivos sofridos aos estudantes da rede municipal”.

Em fevereiro, uma criança de 5 anos de idade faleceu ao cair de um veículo da frota de transporte público escolar da cidade.

O Ministério Público e a Defensoria Pública solicitam que o valor seja destinado ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e direcionado ao incremento da quantidade e qualidade do transporte escolar municipal, com fiscalização do MPBA. DPE e Conselho Municipal de Educação (CME).