Política

PP vai rever posição na Bahia após Wagner 'descumprir alinhamento', diz João Leão

Vice-governador se reuniu nesta quarta-feira (9), em Brasília, com o ministro da Casa Civil e presidente licenciado, Ciro Nogueira, e outros nomes da sigla

Leandro Dvorak
Leandro Dvorak

O vice-governador João Leão anunciou nesta quarta-feira (9) que o PP vai reavaliar o seu posicionamento na Bahia, após o senador Jaques Wagner (PT) conceder uma entrevista em que colocou de lado "alinhamento" antigo com a sigla.

"Após as declarações do senador Jaques Wagner, em entrevista no início da semana, descumprindo alinhamentos construídos, fruto de amplo diálogo, o PP da Bahia precisa refletir sobre seu futuro nas eleições estaduais deste ano", afirma Leão, após reunião nesta manhã, em Brasília, com o senado Ciro Nogueira, presidente licenciado do partido, o com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Entre as possibilidades, destaca Leão, não está descartada uma candidatura própria do PP, nem a composição da chapa majoritária com o ex-prefeito ACM Neto, do União Brasil, principal adversário do grupo petista.

"Qualquer decisão que o PP venha tomar sobre nossos rumos no estado será alinhada com as nossas bancadas, e também passará por uma conversa com o governador Rui Costa e com o ex-presidente Lula, com quem esteve nos últimos dias. Trabalhamos muito pelo nosso estado e o legado do PP precisa ser respeitado, da mesma forma como temos nutrido respeito por todos os nossos aliados”, destaca o vice-governador.

Participaram da reunião também o presidente em exercício do PP, o deputado federal baiano Cláudio Cajado, e os deputados Ronaldo Carletto – ventilado como vice na chapa majoritária – Cacá Leão e Mário Negromonte Jr.

A articulação que teria sido desfeita incluía o lançamento do governador Rui Costa (PT) ao Senado, deixando o cargo no Palácio de Ondina, que viria a ser ocupado por Leão por nove meses. Para o governo, a aposta seria do nome do senador Otto Alencar (PSD).

Somente na entrevista à rádio Metrópole que todos, inclusive o próprio Leão, ficaram sabendo da mudança de planos.

O ex-governador da Bahia já manifestou publicamente a sua vontade de não sair candidato, mas enfrenta resistência de correligionários e deputados, preocupados com a mudança de rumos. Na entrevista, Wagner disse que o PT estava entre três possíveis nomes: o do secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues, do ex-prefeito de Camaçari e secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano, e da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho.