O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo do relatório produzido pela Polícia Federal referente à investigação da tentativa de golpe de estado. O documento também foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para emissão de parecer.
De acordo com o relatório que se tornou público, o policial federal baiano Wladimir Matos Soares é acusado de ter repassado “informações sensíveis” sobre a estrutura de segurança do então presidente eleito Lula para o núcleo que planejava o golpe de estado e, inclusive, a morte do petista.
No documento, a Polícia Federal apontou que, no contexto das ações contra Lula, no decorrer das análises de material apreendido, foram obtidas informações de que Wladimir Matos Soares “atuou como elemento auxiliar do núcleo vinculado à tentativa de golpe de Estado”.
“O contexto dos atos praticados por Wladimir Matos Soares se mostra de elevada relevância, notadamente ao se considerar que os planejamentos antidemocráticos no período envolviam, até mesmo, um plano de execução contra autoridades, entre as quais o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva”
Ainda segundo a PF, o agente baiano encaminhou mensagens para Sérgio Rocha Cordeiro, assessor direto do então presidente Jair Bolsonaro e que mantinha ligações com pessoas integrantes do grupo que planejava a tentativa do golpe.
Envenenamento
De acordo com o trecho do relatório relacionado ao agente baiano, o plano para matar Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes envolvia a tentativa de envenenamento para causar colapso orgânico.
“Os elementos de prova revelam que o agente de Polícia Federal Wladimir Soares atuou em unidade de desígnios com a organização criminosa, que tentou consumar um golpe de Estado, fornecendo informações que pudessem de alguma forma subsidiar as ações que seriam desencadeadas, caso o decreto de golpe de Estado fosse assinado, especialmente relacionadas ao então candidato eleito Luís Inácio Lula da Silva. No caso, conforme exposto, o planejamento operacional denominado ‘Punhal verde amarelo’ tinha como uma das possibilidades assassinar o então candidato eleito Lula por envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”.
No relatório, a PF afirmou que ficou demonstrado que Soares se colocou à disposição para atuar no golpe de Estado, demonstrando aderência subjetiva à ruptura institucional, ao dizer:
“Eu e minha equipe estamos com todo equipamento pronto para ir ajudar a defender o Palácio e o Presidente. Basta a canetada sair!”
Depoimento
Em depoimento à Polícia Federal, Wladimir Soares relatou que integrou a equipe de segurança de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e que tinha como chefe o delegado Alexandre Ramagem. O investigado confirmou que foi escalado para trabalhar na segurança fixa na posse presidencial durante as eleições de 2022, sendo um dos coordenadores da segurança fixa dos hotéis.
Em outro momento, Wladimir revelou que foi convidado por um agente de polícia federal chamado Ramalho para compor uma equipe que faria a segurança do Palácio do Planalto e do então presidente Jair Bolsonaro caso ele ‘não entregasse a faixa presidencial’.
Clique aqui para acessar o relatório final da Polícia Federal
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