Um relatório da Polícia Federal (PF) revelou a existência de um documento com instruções para um golpe de Estado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O conteúdo divulgado pela revista "Veja" nesta quinta-feira (16) e estava salvo no celular de Cid, apreendido no dia 3 de maio, durante uma operação que apura suspeita de fraude em cartões de vacinação de Bolsonaro e auxiliares.
Conforme a colunista Andreia Sadi, do G1, o relatório da PF informa que o documento foi criado em 25 de outubro do ano passado. Mas, não há indicação de que o texto tenha sido encaminhado ao ex-presidente Bolsonaro, nem sobre a existência de conversas com esse teor entre os dois.
O documento encontrado no celular de Cid é intitulado "Forças Armadas como poder moderador" e traz uma série de ações para desconstituir as instituições democráticas.
Entre elas, a nomeação de um interventor, o afastamento e abertura de inquéritos contra ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outras autoridades, e a fixação de um prazo para novas eleições. O documento aponta que as medidas poderiam ser tomadas após autorização do presidente da República.
A minuta afirma, sem provas, que ministros do TSE teriam sido responsáveis por "atos com violação da prerrogativa de outros poderes". Por isso, sem citar nomes, afirma que eles deveriam ser trocados pelos próximos da fila de substituição no Supremo Tribunal Federal (STF): Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Dias Toffoli.