Política

Polícia Federal afirma que Bolsonaro cometeu crime ao vazar dados de inquérito

Segundo a delegada responsável pelo caso, Bolsonaro só teve acesso aos dados em função de seu cargo

Marcos Corrêa/ PR
Marcos Corrêa/ PR

A delegada da Polícia Federal responsável pelo inquérito sobre o vazamento de dados sigilosos de uma investigação sobre o ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Denisse Ribeiro, afirmou em manifestação ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crime. Além de Bolsonaro, o deputado federal Filipe Barros (PSL) também é alvo da investigação. As informações são do Antagonista.

O chefe do Executivo é investigado por ter vazado informações sigilosas em suas redes sociais para minar a credibilidade da votação eletrônica, durante sua campanha pelo voto impresso. Nesta sexta-feira (28), Bolsonaro deveria ter prestado depoimento à PF, mas ignorou a decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Segundo a Polícia Federal, tanto Barros quanto Bolsonaro somente tiveram acesso aos dados das investigações em curso na Polícia Federal em função de seus cargos.

“[Eles] tiveram acesso [aos dados] em razão do cargo de deputado federal relator de uma comissão no Congresso Nacional e de presidente da República, respectivamente, conforme hipótese criminal até aqui corroborada”, afirma Denisse.

Apesar disso, a delegada destaca que, como integrante da PF, não poderia recomendar o indiciamento de ambos, já que essa é uma prerrogativa específica do Supremo Tribunal Federal.