A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no Supremo Tribunal Federal (STF) – Jorge William/Agência O Globo/29-11-2017
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta segunda-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), uma denúncia contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A denúncia se refere ao caso dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador que seria ligado ao ex-ministro. Segundo o “G1”, também foram denunciados o irmão de Geddel, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA); sua mãe, Marluce Vieira Lima; o ex-assessor parlamentar Job Ribeiro Brandão; ex-diretor da Defesa Civil de Salvador Gustavo Ferraz; o sócio da empresa Cosbat Luiz Fernando Costa Filho.
O GLOBO confirmou que a denúncia contra o ex-ministro Geddel foi enviada ao STF nesta segunda-feira e está nas mãos do ministro Edson Fachin. A procuradora encaminhou a peça ainda de noite para cumprir o prazo exigido quando há investigados presos preventivamente.
Na denúncia, segundo o G1, a procuradoria sugere quatro possíveis fontes dos R$ 51 milhões: propinas da Odebrecht; repasses do operador Lúcio Funaro; dinheiro de outros políticos do PMDB e parte dos salários de Job Ribeiro Brandão como assessor parlamentar, que eram devolvidas para a família Vieira Lima.
Em depoimento, Job contou que destruiu documentos, agendas e anotações a mando de Geddel. O ex-assessor também relatou que recebia dinheiro vivo, em repasses que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, para fazer contabilidade, que ocorria na casa da mãe do ex-ministro. Job já manifestou o desejo de realizar uma delação premiada, e entregou documentos que comprovariam a devolução de 80% do seu salário.
Na semana passada, a Polícia Federal concluiu o inquérito sobre o caso, e sugeriu o indiciamento de Geddel, Lúcio, Job Ribeiro Brandão e Gustavo Ferraz por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Para a polícia, os quatro “estiveram unidos em unidade de desígnios para a prática de crimes de lavagem de dinheiro.
Seja pelo ocultamento no apartamento de Marluce Quadros Vieira Lima, seja pelo ocultamento no apartamento da rua Barão de Loreto, Graça, Salvador/BA, de recursos financeiros em espécie oriundos atividades ilícitas” praticadas contra a Caixa Econômica Federal, contra a Câmara dos Deputados e desviados também de caixa dois de campanhas eleitorais.
O Globo///AF////