Política

PF quer saber se ministros do STF e políticos foram monitorados em 'Abin Paralela' de Bolsonaro

Entre alvos estariam ministro Gilmar Mendes, do Supremo, e Camilo Santana, atual ministro de Lula

Carolina Antunes/PR
Carolina Antunes/PR

A Polícia Federal (PF) está investigando a possível utilização do software espião FirstMile pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Há suspeitas de que a Abin tenha produzido relatórios sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e políticos adversários do ex-presidente.

Entre os possíveis alvos estariam os ministros do STF, Gilmar Mendes, e políticos como o atual ministro da Educação, Camilo Santana, que na época era governador do Ceará. A investigação, segundo a Folha, aponta para a existência de uma estrutura paralela dentro da Abin, composta por policiais federais e oficiais de inteligência próximos ao então diretor da agência, Alexandre Ramagem.

O deputado federal é um dos alvos da operação Vigilância Aproximada, deflagrada pela PF nesta quinta-feira (25), que visa desmantelar uma "organização criminosa que se instalou na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial". Além disso, ao menos dois agentes da PF que atuavam no Centro de Inteligência Nacional (CIN) também são alvos das medidas.

Essa ação é um desdobramento da operação Última Milha, que investigou o uso do FirstMile em outubro de 2023. Nessa nova fase, o foco principal são os policiais que atuavam na Abin, especialmente no CIN, estrutura ligada ao gabinete de Ramagem na agência durante o governo Bolsonaro. No total, sete policiais federais foram afastados de seus cargos públicos como resultado dessa investigação.