A PF (Polícia Federal) prendeu na manhã desta quarta-feira (14) o candidato a deputado estadual bolsonarista Sidney Leite (PTB-AP). Delegado licenciado da Polícia Civil, ele teve prisão preventiva decretada por supostamente ter facilitado a saída de um líder de facção criminosa por meio de um esquema de laudos médicos falsos.
Em uma troca de mensagens interceptada pela PF, Sidney acerta detalhes da saída de uma pessoa identificada com Ryan. De acordo com as investigações, seria Ryan Richelle, conhecido como "Tio Chico", líder da facção criminosa Família Terror Amapá.
De acordo coma Folha, pelo esquema, um médico da penitenciária dava laudos falsos atestando doenças graves para os detentos serem autorizados a cumprir a pena em regime domiciliar. O delegado licenciado tenta em janeiro deste ano contato com o responsável pelo esquema para facilitar a saída e pede a Ryan que não o esqueça em seus "planos".
Para os investigadores, seria uma indicação de recebimento de vantagens indevidas. Em uma das conversas interceptadas, Ryan diz ter pago R$ 150 mil para conseguir a prisão domiciliar.
Sidney tenta, ainda, alugar um carro blindado para o dia que Ryan saísse da prisão, mas não consegue devido à visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Macapá em janeiro deste ano. O ex-titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes busca também um local para o integrante da facção ficar hospedado após a saída da prisão e lamenta que, se não fosse o uso da tornozeleira eletrônica, poderia colocá-lo na sua própria casa.