O diretório estadual do PCdoB tomou uma pesada decisão após o deputado estadual Fabrício Falcão ter sido "alijado" da disputa para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA) — o escolhido da base governista para a disputa acabou sendo o também deputado estadual Paulo Rangel (PT).
Em nota divulgada nesta quarta-feira (28), a sigla reforçou "as qualidades técnicas, políticas e profissionais" de Falcão para a ocupação da vaga, "já que tem vasta experiência parlamentar e formação acadêmica".
No entanto, a legenda apontou que o acerto para que o comunista fosse indicado à vaga não foi apenas ignorado, como foi montada "uma operação – um verdadeiro rolo compressor – de inviabilização até mesmo da inscrição para a disputa na Assembleia, não permitindo nem o direito democrático do deputado candidatar-se".
"E para completar, a imprensa já anuncia que a vaga seguinte irá para um outro partido, um acordo feito pelo PT e pelo governo, ou seja, excluindo, isolando o PCdoB, uma política deliberada de contenção de um partido de esquerda, de restringir o crescimento de um parceiro", diz um trecho da nota.
Devido a este cenário, o diretório estadual do PCdoB decidiu por não comparecer para votar no dia da eleição do conselheiro na Assembleia Legislativa — prevista para o início de março —, "deixando claro publicamente que não aceitamos a postura desrespeitosa a que fomos submetidos. E mais adiante, vamos examinar melhor o caso na direção do partido para tirar as devidas consequências".
Confira a nota na íntegra:
"O lamentável desrespeito ao PCdoB na eleição do TCM
Como se sabe, o PCdoB indicou o respeitado deputado Fabrício Falcão para participar do processo de eleição do Conselheiro do TCM na Assembleia Legislativa. Ele reúne as qualidades técnicas, políticas e profissionais para a ocupação da vaga, já que tem vasta experiência parlamentar e formação acadêmica. A apresentação também foi decorrente de um compromisso do governo em torno da indicação de um quadro do PCdoB, depois de na eleição anterior, na qual o deputado Fabricio também era candidato, a candidatura foi retirada para atender um apelo para o apoio a Aline Peixoto.
Não somente foi ignorado o acerto em torno da indicação desta vaga, como foi montada uma operação – um verdadeiro rolo compressor – de inviabilização até mesmo da inscrição para a disputa na Assembleia, não permitindo nem o direito democrático do deputado candidatar-se – uma ação absolutamente injustificável, quando se trata de impedir a qualquer custo o protagonismo de um aliado histórico do PT desde 2006, ano em que derrotamos o carlismo na Bahia. E para completar, a imprensa já anuncia que a vaga seguinte irá para um outro partido, um acordo feito pelo PT e pelo governo, ou seja, excluindo, isolando o PCdoB, uma política deliberada de contenção de um partido de esquerda, de restringir o crescimento de um parceiro.
Diante de tais acontecimentos e resguardando nossa autonomia política, definimos por não comparecer para votar no dia da eleição do conselheiro na Assembleia Legislativa, deixando claro publicamente que não aceitamos a postura desrespeitosa a que fomos submetidos. E mais adiante, vamos examinar melhor o caso na direção do partido para tirar as devidas consequências.
O PCdoB vai completar 102 anos de história neste mês, sempre presente nas lutas do povo brasileiro por democracia e direitos sociais. Nos orgulhamos de nossa trajetória e episódios desse tipo só reforçam nossa unidade para seguirmos firmes e de cabeça erguida em busca da superação dos desafios que se apresentam.
Direção Estadual
Bancada do PCdoB da Assembleia Legislativa"