O general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, teve o seu nome incluído na reserva do Exército, após a participação em ato do Presidente Jair Bolsonaro, neste domingo (23), o que é proibido pelo Estatuto dos Militares e pelo Regulamento Disciplinar do Exército, de participar de manifestações coletivas de caráter político.
De acordo com informações da jornalista Denise Assis, na revista Fórum, o ato foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (24), com data retroativa à sexta-feira (21), como uma forma de livrá-lo da prisão, punição correspondente à infração de participação em atos políticos.
Na última quarta-feira (19), o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, disse à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara que os militares da reserva podem participar de manifestações, ao contrário dos que estão na ativa. "Os da ativa não podem e serão devidamente punidos se aparecerem em manifestações políticas".
A intenção de que o general pedisse aposentadoria já era presente entre o comando do Exército quando ele esteve no cargo de ministro, mas agora se intensificou com a participação em atos políticos ao lado de Bolsonaro, que tem levado o general a viagens pelo Brasil.
Pazuello é um dos alvos recentes da CPI da Pandemia no Senado, além de enfrentar outras frentes de investigação de órgãos como o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas, por conta da condução do combate à pandemia como ministro da Saúde.
O temor dos militares é que a presença do general em atos políticos arranhe a imagem da instituição, com uma associação indevida entre o Exército e o governo.