O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou nesta sexta-feira, 25, que é preciso aguardar um detalhamento sobre as ameaças relatadas pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) que o motivaram a desistir de assumir um novo mandato na Câmara e a deixar o País. Para o vice, “quem ameaça parlamentar está cometendo um crime contra a democracia”. “Quando a gente diz que está ameaçado tem que dizer por quem, como. Vamos aguardar”, declarou o vice, após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. “Não estou na chuteira do Jean Wyllys, ele é que sabe qual é o grau de confusão que ele está metido”, afirmou Mourão, ao ser perguntado se a decisão do parlamentar estava correta.
Mourão reforçou que quem ameaça parlamentar está cometendo um crime contra a democracia. “Acho que quem ameaça parlamentar está cometendo um crime contra a democracia porque uma das coisas que é mais importante é você ter sua opinião e ter a liberdade para expressar sua opinião. Os parlamentares estão ali eleitos pelo voto, representam os cidadãos que votaram neles. Quer você goste, quer você não goste das ideias do cara, você ouve. Se gostou, bate palma. Se não gostou, paciência.” Além disso, o vice-presidente afastou a possibilidade de relacionar à decisão do deputado com a investigação sobre o atentado contra o presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
Nas redes sociais, apoiadores de Bolsonaro impulsionam a expressão #InvestigarJeanWillis insinuando que o deputado do PSOL estaria “fugindo” de uma investigação por fazer parte do partido ao qual Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado, já foi filiado. “Em nenhum momento apareceu alguma coisa que ligasse um com outro. Acho que isso aí é o wishful thinking [desejo que algo aconteça].” Em contrapartida, no Twitter, o próprio presidente Jair Bolsonaro divulgou nesta sexta uma imagem com uma lista de ações que Adélio teria tomado, enfatizando que o agressor é ex-integrante do PSOL e que ele esteve presente em um gabinete da Câmara dos Deputados em agosto de 2013, além de ter tido sua presença registrada no Congresso no dia do atentado; “álibi perfeito caso fugisse”, escreve Bolsonaro.
Estadão // AO