Política

Para Lúcio, PMDB ficará subrepresentado se o PSDB ganhar pasta que foi de Geddel

Temer chegou a escolher Antonio Imbassahy, mas desistiu do anúncio diante das reações contrárias

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 src=A forte reação do Centrão, que ameaçou bloquear a reforma da Previdência no Congresso, abortou nesta terça-feira a nomeação do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), para comandar a Secretaria de Governo no lugar do ex-ministro Geddel Vieira Lima. O bloco, formado por 13 partidos da base aliada – entre os quais PTB, PSD e PP –, se rebelou por considerar que o Palácio do Planalto articulou uma manobra para ajudar a reconduzir Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Casa.

O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) disse que seu partido ficará “subrepresentado” na equipe do presidente Michel Temer, caso o PSDB ganhe mais um ministério, como o da secretaria de governo, antes ocupada por Geddel Vieira Lima. “O PMDB não vai criar problemas para o presidente, mas é natural que, mais adiante, queira o reconhecimento por estar abrindo mão de um espaço importante”, afirmou. “Não vamos disputar a presidência da Câmara e estamos sinalizando boa vontade com Michel, mas logicamente o PMDB precisa sobreviver.”

Se assumir a Secretaria de Governo, o PSDB não apenas ampliará o seu espaço no primeiro escalão, de três para quatro ministérios, como entrará no “núcleo duro” do Planalto. “Trata-se de um posto da maior importância. É o coração político”, afirmou o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

A decisão de Temer de aumentar o espaço do PSDB na equipe também tem o objetivo de “segurar” o partido no governo. Nos últimos dias, diante do agravamento da recessão, os tucanos fizeram várias críticas à condução da política econômica, sob o argumento de que é preciso ir além do ajuste fiscal.

Proposta. A Secretaria de Governo já havia sido oferecida ao PSDB, mas os tucanos resistiam em aceitá-la, alegando que o posto é uma fonte de desgastes políticos. A preferência dos tucanos sempre foi por maior protagonismo na área econômica. O presidente, porém, não gostou nada de ver seus aliados “fritando” Meirelles e reiterou a confiança no comandante da economia.

Antes desse novo impasse, Temer pretendia anunciar o sucessor de Geddel somente depois das eleições que renovarão o comando da Câmara e do Senado, em fevereiro de 2017. Foi o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que aconselhou o presidente a apressar a nomeação.
O problema é que toda a estratégia do Planalto para esconder o apoio à reeleição de Maia foi exposta, com o “vazamento” da indicação de Imbassahy para a Secretaria de Governo.

Reprodução: Bocão News