Para não depender de nenhum voto da bancada de oposição na votação do projeto que isenta as empresas de ônibus do pagamento do ISS, o prefeito ACM Neto (DEM) precisará fazer o dever de casa e garantir 100% dos votos da sua base na Câmara de Salvador.
Para aprovar a matéria, são necessários 29 votos. Dos 43 vereadores da Casa, 13 integram a minoria (12 de oposição e Edvaldo Brito, independente).
Restam, portanto, 30 legisladores. Como o presidente Geraldo Jr. (SD) não vota, o prefeito teria, a princípio, a conta exata para aprovar o texto.
Ocorre que, nas fileiras do prefeito, alguns votos são tidos como incertos. É o caso de Cezar Leite (PSDB), por exemplo.
Apesar de já ter declarado que votaria a favor do projeto, o tucano se declarou independente e já ficou contra algumas iniciativas do Executivo no ano.
Correligionário do prefeito, o vereador Maurício Trindade também tem feito algumas críticas à administração municipal, inclusive no debate sobre o referido projeto.
Vereadores governistas ouvidos pelo bahia.ba dizem que o esforço será garantir pelo menos 27 votos até o começo da próxima semana, quando a Câmara retorna do recesso parlamentar.
A ideia é forçar uma espécie de “efeito manada”, com a aposta de que nenhum vereador desejará carregar sozinho a pecha de que “votou contra a cidade”.
O prefeito tem adotado publicamente um tom de cobrança em relação aos vereadores e já declarou mais de uma vez que a manutenção da tarifa em R$ 4 e a circulação de novos ônibus na cidade, com ar-condicionado, dependem da aprovação do texto.
Nesse mesmo sentido, a prefeitura espera conseguir contar também com apoios vindos da oposição, inclusive porque há um histórico de integrantes da minoria que votaram com a base de Neto em muitas ocasiões.
Bahia.ba // AO