Abuso de poder

Pablo Marçal é condenado e fica inelegível por 8 anos

Apesar da condenação, defesa de Marçal pode apresentar recurso

Foto: Reprodução/YouTube UOL
Foto: Reprodução/YouTube UOL

O ex-coach, influenciador digital e empresário Pablo Marçal (PRTB) está inelegível por oito anos após ser condenado por abuso de poder. A decisão judicial foi divulgada na sexta-feira (21).

Derrotado na eleição para a prefeitura de São Paulo (SP) em 2024, Marçal, além de ser condenado por abuso de poder político e econômico, também foi punido sob acusações de uso indevido de meios de comunicação e captação ilícita de recursos na campanha eleitoral do ano passado, por causa de um vídeo em que prometeu apoio aos candidatos a vereador que fizessem doações de R$ 5 mil para sua campanha.

Apesar da condenação, a decisão ocorreu na primeira instância da Justiça Eleitoral, portanto, a defesa ainda pode apresentar recurso, algo que seus advogados já revelaram que farão.

“Continuo acreditando na Justiça e tenho certeza de que tudo será esclarecido durante o processo de recurso”, afirmou Marçal em nota divulgada.

A decisão judicial acontece em resposta a ações abertas pelos partidos PSB e PSOL, sigas dos ex-candidatos à prefeitura Tabata Amaral e Guilherme Boulos, respectivamente.

Entenda cada infração de Marçal

A condenação foi determinada e argumentada pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Antonio Maria Patiño Zorz.

  • Abuso de poder político: Marçal teria usado as redes sociais para divulgar notícias falsas sobre o fundo partidário e para realizar propaganda negativa contra os adversários
  • Abuso de poder midiático: Para o juiz, o candidato teria usado sua relevância para distorcer “gravemente” o eleitorado, colocando-se como vítima
  • Captação ilícita de recursos: O influenciador teria simulado que as doações seriam algo simples, lícito e sem encargos, ao invés de venda de apoio político, o que é vedado pela legislação eleitoral.
Outras ações contra o ex-coach

De acordo com o jornal Valor Econômico, Pablo Marçal também é alvo de cinco ações na Justiça Eleitoral. Uma delas se trata dos “cortes” de vídeos que, caso usuários editassem e divulgassem trechos que conquistassem grande engajamento, eram remunerados.

Outra ação fala sobre um laudo falso divulgado pelo ex-coach. O laudo em questão alega que Boulos teria procurado ajuda médica após consumir cocaína, o que foi desmentido pela perícia da Polícia Civil.

A divulgação da fake news fez com que sua conta no Instagram fosse suspensa na véspera do primeiro turno, e o candidato do PRTB ainda foi indiciado pela Polícia Federal (PF).

No primeiro turno da eleição municipal em 2024, Marçal ficou em terceiro lugar, com 28,14% dos votos, não passando para o segundo turno.

A eleição foi vencida por Ricardo Nunes (MDB), que disputou o segundo turno com Guilherme Boulos.

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