Deflagrada na manhã desta quarta-feira (11), a Operação Nefanda apura a participação de sete servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Ilhéus em um esquema que pode ter desviado mais de R$ 1,2 milhão dos cofres públicos. As apurações indicam uma série de irregularidades na contratação de uma empresa que deveria gerir um hotel com pacientes da Covid-19. A começar pela falta de capacidade técnica.
Em coletiva à imprensa, o delegado Anderson Alves afirmou que prefeitura de Ilhéus, por meio da pasta da Saúde, contratou de forma fraudulenta um haras para administrar o Hotel Mamoan, com 52 leitos – cedido à gestão municipal para servir de abrigo aos pacientes da doença. Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
"Essa empresa [o haras], contratada mediante dispensa de licitação, deveria gerir o abrigo, mas não tinha nenhuma relação com o ramo da hotelaria em suas principais atividades, o que é o objeto da dispensa", afirmou Anderson, segundo o Metro1. Para dispensar a licitação, a prefeitura tinha que convocar, obrigatoriamente, empresas com comprovação técnica. Segundo o delegado, foi constatado um superfaturamento de R$ 570 mil em apenas três meses de contrato. Alves acrescentou que a prefeitura chegou a pagar despesas básicas, como contas de energia, o que seria uma responsabilidade da empresa.