Política

Núcleo militar está incomodado e aguarda uma explicação convincente de Flávio Bolsonaro

Enquanto esclarecimentos não aparecem, o Palácio do Planalto estabeleceu uma ordem de silêncio

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O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, durante entrevista à 'Record' Foto: Reprodução

 

 O agravamento da crise envolvendo o filho primogênito de  Jair Bolsonaro vem incomodando o núcleo militar mais próximo ao presidente. Entre esses militares, a expectativa é por uma explicação convincente por parte do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro(PSL-RJ), suspeito de recebimentos irregulares em conta bancária.

Enquanto as explicações não aparecem, o Palácio do Planalto estabeleceu uma ordem de silêncio, numa tentativa de blindar Bolsonaro pai. O silêncio se estende ao Ministério da Justiça: Sergio Moro submergiu e não comenta as suspeitas que recaem sobre Flávio e o ex-assessor e ex-motorista Fabrício Queiroz.

A escalada da crise ganhou novos elementos ao longo da semana. Ganhou outros contornos desde a iniciativa de Flávio de judicializar a questão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Primeiro, o ministro do STF Luiz Fux, em plantão e atendendo a pedido do senador eleito, decidiu suspender a investigação tocada pelo Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro. A decisão final sobre a instância onde o inquérito tramitará caberá ao ministro Marco Aurélio, relator da reclamação movida pela defesa de Flávio. Ele já indicou que deve decidir no sentido de o procedimento continuar com o MP local.

Depois, o "Jornal Nacional", da TV Globo, revelou trechos de um novo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), com apontamentos sobre movimentações suspeitas em conta bancária de Flávio Bolsonaro.

Conforme o relatório, 48 depósitos em espécie foram feitos na conta entre junho e julho de 2017, somando R$ 96 mil . Os depósitos se concentraram num terminal de autoatendimento da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Em um dos dias analisados, por exemplo, foram feitos dez depósitos de R$ 2 mil cada num intervalo de cinco minutos. Os registros da movimentação suspeita podem apontar para a prática em que parlamentares retêm parte dos salários de seus assessores.

 

O Globo /// Figueiredo