O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) pode entrar na mira da Procuradoria-Geral da República (PGR) após, na semana passada, fazer uma comparação entre a homossexualidade e o alcoolismo, durante entrevista a um podcast.
Na ocasião, o parlamentar falava sobre o papel da igreja perante o "ativismo LGBT e a homossexualidade" quando relacionou a questão a não ser um "pecado sacrossanto" (veja vídeo abaixo). Em outro trecho, ao discutir "formas de abordagem" para a comunidade LGBTQIA+, o parlamentar afirmou que a homossexualidade é uma "ilusão" e que homossexuais são usados pelo "diabo".
"Eu imagino que deva ser algo muito difícil, uma pessoa ter desejo por outra pessoa (…). Porque assim, tem gente que vai passar a vida inteira desejando fumar, mas não vai fumar porque largou o fumo e tal. Então, você vai ter ali o relacionamento homossexual, onde você vai ser levado por aquele desejo que faz com que se afasta da vontade de Deus, assim como a bebida, assim como a mentira, assim como a gula, fofoca, tudo que a Bíblia condena", afirmou o liberal.
Após a veiculação da entrevista, segundo O Globo, o deputado distrital Fábio Félix (PSOL-DF) acionou, na quarta-feira (19), a PGR contra Nikolas pelas falas consideradas pelo psolista como homofóbicas. De acordo com Félix, a alegação é que o parlamentar proferiu "mensagens discriminatórias contra a população homoafetiva, comparou os casais homoafetivos ao vício em bebidas, gula, mentiras e, em tom messiânico, propôs uma espécie de 'cura gay'".
De acordo com o deputado distrital, Nikolas Ferreira "usou de uma suposta liberdade religiosa e subterfúgios de cunho religioso para promover preconceito, exclusão e ofensa a população homoafetiva".
