Política

"Não é o governo que precisa da PEC, é o Brasil", afirma Lula

Objetivo do governo eleito é conseguir manter o custeio do Bolsa-Família no valor de R$ 600 pelos próximos quatro anos fora do teto de gastos

Reprodução/Twitter
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (2), em coletiva de imprensa na sede da transição no CCBB, em Brasília, que a PEC da Transição não é uma necessidade do seu governo, mas sim do país e dos que mais necessitam.

A proposta já foi protocolada ao Senado e o objetivo do governo eleito é conseguir manter o custeio do Bolsa-Família no valor de R$ 600 pelos próximos quatro anos fora do teto de gastos. Oposicionistas e políticos do centrão, contudo, querem reduzir para dois anos ou até um ano a validade da medida.

Lula evitou falar em valores, mas reiterou que a PEC é urgente para garantir o financiamento de programas considerados essenciais pelo seu mandato.

"O que me interessa da PEC é que nós já mandamos, já foi conversada com presidente da Câmara, Senado, várias lideranças […] as pessoas sabem que não é o governo que precisa dessa PEC, é o Brasil", declarou Lula, lembrando que o texto tenta adequar o Orçamento de 2023, enviado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Congresso com recursos insuficientes para atender diversas áreas.

Para o petista, a intenção do atual governo é deixar um cenário de terra arrasada para quando assumir o mandato em janeiro.

"Quem deveria ter colocado a quantidade de recursos no Orçamento era o atual governo, mas ele está tirando mais dinheiro da saúde, da educação. Parece que querem deixar o país no zero para a gente começar a governar. Para mim, pode fazer toda desgraceira que quiserem, nós vamos conversar e resolver", disse o presidente eleito.

"Queremos a PEC porque precisamos investir em algumas coisas, retomar o 'Minha Casa, Minha Vida', colocar dinhero no SUS, coisas importantes para o povo brasileiro. Espero que o Congresso Nacional tenha sensibilidade de votar do jeito que nós queremos. Mas, se precisar de um acordo, também sabemos negociar', contemporizou.