O presidente Jair Bolsonaro fez o discurso de abertura da assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira (21). Durante sua fala, o mandatário afirmou que se governo tirou o país da “beira do socialismo”. “Estávamos à beira do socialismo, nossas estatais não davam lucros, nossos bancos financiavam países socialistas. Tudo isso mudou, apresento o Brasil com sua credibilidade refeita”, afirmou.
O presidente aproveitou os holofotes para defender o tratamento precoce contra o coronavírus. A medida apresentada por Bolsonaro não tem respaldo na ciência. “Apoiamos a vacinação, contudo, o nosso governo tem se posicionado ao passaporte sanitário ou qualquer obrigação em relação à vacina. Apoiamos a autonomia do médico no tratamento precoce. Eu mesmo fui um. Respeitamos relação médico-paciente na relação. Não entendemos porque muitos países se colocaram contra o tratamento inicial. a história e a ciência saberão responsabilizar a todos”, desejou.
Incentivador de atos antidemocráticos no 7 de setembro, Jair Bolsonaro citou os ato como uma “expressão da vontade do povo”. “No último 7 de setembro brasileiros foram à rua mostrar que não abrem mão da democracia, liberdades individuais e de apoio ao nosso governo”, gabou-se.
Para o presidente do Brasil, a inflação – que tem batido recordes no Brasil – foi culpa das medidas de isolamento social durante a pandemia. No seu discurso, ele afirmou também que vai receber refugiados “cristãos” do Afeganistão, que sofre com a tomada de poder do Talibã.
Leia, abaixo, o discurso completo:
ditadura bolivariana.
O futuro do Afeganistão também nos causa profunda apreensão. Concederemos visto humanitário para cristãos, mulheres, crianças e juízes afegãos.
Nesses 20 anos dos atentados contra os Estados Unidos da América, em 11 de setembro de 2001, reitero nosso repúdio ao terrorismo em todas suas formas.
Em 2022, voltaremos a ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Agradeço aos 181 países, em um universo de 190, que confiaram no Brasil. Reflexo de uma política externa séria e responsável promovida pelo nosso Ministério de Relações Exteriores.
Apoiamos uma Reforma do Conselho de Segurança ONU, onde buscamos um assento permanente.
A pandemia pegou a todos de surpresa em 2020. Lamentamos todas as mortes ocorridas no Brasil e no mundo.
Sempre defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. As medidas de isolamento e lockdown deixaram um legado de inflação, em especial, nos gêneros alimentícios no mundo todo.
No Brasil, para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020.
Lembro que terminamos 2020, ano da pandemia, com mais empregos formais do que em dezembro de 2019, graças às ações do nosso governo com programas de manutenção de emprego e renda que nos custaram cerca de US$ 40 bilhões.
Somente nos primeiros 7 meses desse ano, criamos aproximadamente 1 milhão e 800 mil novos empregos. Lembro ainda que o nosso crescimento para 2021 está estimado em 5%.
Até o momento, o Governo Federal distribuiu mais de 260 milhões de doses de vacinas e mais de 140 milhões de brasileiros já receberam, pelo menos, a primeira dose, o que representa quase 90% da população adulta. 80% da população indígena também já foi totalmente vacinada. Até novembro, todos que escolheram ser vacinados no Brasil, serão atendidos.
Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina.
Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina.
Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off label.
Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial.
A história e a ciência saberão responsabilizar a todos.
No último 7 de setembro, data de nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma pacífica e patriótica, foram às ruas, na maior manifestação de nossa história, mostrar que não abrem mão da democracia, das liberdades individuais e de apoio ao nosso governo.
Como demonstrado, o Brasil vive novos tempos. Na economia, temos um dos melhores desempenhos entre os emergentes.
Meu governo recuperou a credibilidade externa e, hoje, se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos.
É aqui, nesta Assembleia Geral, que, vislumbramos um mundo de mais liberdade, democracia, prosperidade e paz.
Deus abençoe a todos.”