A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná denunciou nesta quarta-feira (15) o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza e mais nove pessoas pela prática dos crimes de formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro, investigados na Operação Lava Jato.
O G1 tentou contato com a defesa do ex-deputado, mas não houve resposta até a última atualização desta reportagem.
Vaccarezza foi preso, em caráter provisório, na deflagração da 44ª fase da Operação Lava Jato, batizada como "Abate". Porém, ele foi solto em 22 de agosto de 2017, após o juiz federal Sergio Moro fixar fiança de R$ 1,5 milhão, que ainda não foi paga.
Segundo a denúncia, eles estão envolvidos em um esquema de corrupção relativo ao fornecimento de asfalto por uma empresa estrangeira à Petrobras. As investigações tiveram início a partir da delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
De acordo com a força-tarefa, foram colhidas provas adicionais da prática dos crimes por meio de buscas e apreensões e quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônico, além de pedidos de cooperação internacional.
A denúncia aponta que houve pagamento de propinas mediante transferências bancárias no exterior, com base em anotações de agendas e arquivos apreendidos em fases anteriores da operação.
Conforme a força-tarefa, os crimes foram cometidos por intermédio de um grupo que tinha participação de funcionários, inclusive do alto escalão da estatal, operadores financeiros, representante da empresa estrangeira, além de Vaccarezza.
Os integrantes do grupo, segundo a denúncia, seguiam uma divisão organizada de tarefas.
De acordo com a denúncia, Vaccarezza, que era líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, à época dos fatos, utilizou influência decorrente do cargo em favor da empresa estrangeira, o que resultou na contratação, pela Petrobras, de cinco operações de fornecimento de asfalto no valor de cerca de US$ 74 milhões, entre 2010 e 2013.
A denúncia afirma que o pagamento de propina beneficiou, além do ex-parlamentar, o delator Paulo Roberto Costa, outros dois gerentes da Petrobras, operadores financeiros e lobistas.
Ainda conforme o MPF, o grupo conseguiu motante superior a US$ 2 milhões em virtude dos contratos.
G1 // AO