O vice-presidente, general Hamilton Mourão, disse nesta terça-feira, 9, que o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) deveria ter ficado no Brasil e acreditado na "lei, na política e na polícia" brasileiras. "Nosso governo não tem política para perseguir minorias, esse não é o jeito que nós nos comportamos", disse Mourão, questionado durante evento em Washington, organizado pelo Brazil Institute, do 'think tank' Wilson Center.
"Todo mundo que é brasileiro deve continuar no Brasil e deve estar livre de medo. No caso específico de Willys, eu particularmente acho que ele deveria ter continuado e acreditar na nossa lei e na nossa política e na nossa polícia. Poderíamos protegê-lo", afirmou Mourão.
Em janeiro, Jean Wyllys anunciou que desistiu de assumir seu terceiro mandato na Câmara e sair do País. Ele disse que tomou a decisão por sofrer ameaças e temer por sua vida. Ele foi reeleito em outubro com 24.295 votos. "Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores", escreveu o deputado do PSOL no Twitter. Jean Wyllys foi o primeiro parlamentar assumidamente gay a defender a causa LGBT no Congresso Nacional.
"Acho que ele deveria ter ficado. É muito triste quando coisas assim acontecem. O que posso assegurar é que não há política do governo para perseguir quem quer que seja", afirmou Mourão.
A presença no Brazil Institute foi o último evento público de Mourão em Washington. Na capital dos Estados Unidos, ele se reuniu com o vice-presidente americano, Mike Pence, com senadores americanos, e personalidades como ex-embaixadores dos Estados Unidos no Brasil, além de ter comparecido a rodas de conversa privadas com empresários.
Estadão // AO