O ex-ministro Sergio Moro (Podemos) viaja nesta semana para a Alemanha para uma série de agendas com empresários e políticos europeus. A ida do ex-juiz à Europa representa uma tentativa de demonstrar que é conhecido mundialmente, a exemplo das recentes viagens internacionais de seus dois principais adversários, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Moro deve se apresentar como alternativa para as eleições deste ano e explorar temas em que o atual chefe do Executivo é alvo de críticas de lideranças estrangeiras, como na área ambiental.
A ideia do ex-ministro é usar a viagem para se colocar como o candidato capaz de romper a polarização no Brasil. Ele deve falar sobre o histórico como juiz responsável pela operação Lava Jato e fazer uma defesa de políticas liberais para a economia. Para tal, precisaria romper, antes, a rejeição doméstica de 30% detectada pelo Datafolha em dezembro, a quarta maior, atrás de Bolsonaro, Lula e João Doria (PSDB).
A primeira agenda será na tarde desta segunda (21), numa visita ao Instituto de Tecnologia 4.0. À noite, participa de jantar com o Conselho de Economia Internacional da Alemanha e o Business Club Hamburg BHC. Na terça (22), terá reunião com integrantes da associação que representa pequenas e médias empresas alemãs e, depois, concederá entrevista a um grupo formado por mais de 20 jornais regionais.
À noite, Moro dará a palestra intitulada “Fortalecimento de instituições como instrumento para construir uma economia no Brasil sólida e uma democracia desenvolvida”, na Associação Latino Americana, que representa interesses da América Latina na Alemanha. Moro só voltará ao Brasil na sexta (25). Na agenda divulgada, também consta uma série de reuniões com “presidentes de partidos e lideranças políticas”.
De acordo com a Folha, o ex-juiz afirmou ainda que terá encontros com ex-ministros de Angela Merkel, primeira-ministra por 16 anos e que deixou o governo em dezembro, e com ministros do atual governo, chefiado por Olaf Scholz.