Presidente do União Brasil, Luciano Bivar, disse que o senador Sergio Moro (União-PR) “pode sair do partido”, caso se sinta incomodado com as decisões da sigla. O gestor defendeu rever a legislação para garantir "um mínimo" de fidelidade partidária e afirmou que Moro vai votar como quiser e que não será coagido por ninguém.
“Precisamos debater o papel de pessoas eleitas para cargos majoritários, mas que precisam ter um mínimo de fidelidade partidária. Precisamos rever a legislação junto ao TSE e fazer com que exista um vínculo entre o partido e o político. Afinal, a legenda investiu nele dinheiro e tempo de televisão. Moro vai votar como quiser, não será coagido por ninguém, mesmo porque não tem cargos no governo. Mas ele e os demais saberão qual é a posição oficial do partido, e quem se sentir incomodado poderá sair sem qualquer prejuízo. Como tapar o sol com a peneira?”, disse Bivar, em entrevista ao GLOBO.
Na última semana, Moro disse que apesar do UB, partido ao qual é filiado, ter indicado três ministros e negociado outros cargos com o governo Lula, ele continuará sendo oposição. Segundo o senador, "a decisão de algumas pessoas integrarem o governo é delas", e ele não tem "nenhuma relação com isso".
“As lideranças do União Brasil têm reiteradamente afirmado que o partido é independente e que caberá aos congressistas definirem suas linhas de atuação. Eu, desde o início, me posicionei como oposição racional e democrática. Não acredito nas pautas do PT. Fechamento da economia, fim das privatizações, a tentativa de destruir o regime de metas de inflação, ausência de combate à corrupção. Sou contra tudo isso”, afirmou o ex-juiz, anteriormente.