O juiz Sérgio Moro encaminhou um ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) listando elementos que supostamente podem sugerir uma vinculação entre acertos de corrupção em contrato da Petrobras e o sítio de Atibaia, em São Paulo. Uma ação penal investiga se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu propina através de obras no sítio. De acordo com informações do Uol, dentre os argumentos de Moro estão um depoimento prestado por Emilio Alves Odebrecht em 2017 ao Ministério Público Federal (MPF), em que ele revela ter se reunido com Lula em 2010 para discutir, dentre outras coisas, a reforma do sítio.
"No depoimento, declarou que a reforma seria uma retribuição do Grupo Odebrecht pela atuação dele 'em prol da organização', com referência expressiva em seguida ao setor petroquímico e à Petrobras", destaca Moro. O juiz federal ainda cita um papel que teria anotações para essa reunião, com referências às obras do sítio e que um laudo da PF aponta que contratos feitos internacionalmente com a Petrobras teriam alimentado um caixa utilizado pela Odebrecht para distribuição de propina a agentes públicos. "Cumpre ainda destacar que o relevante é determinar se acertos de corrupção em contratos da Petrobras figuram entre as causas das reformas do sítio em Atibaia.
Não parece ser necessário demonstrar que teriam sido especificamente utilizados, nas reformas, os mesmos valores recebidos pelo Grupo OAS ou pelo Grupo Odebrecht da Petrobrás para custeá-las, uma vez que o dinheiro é fungível, mistura-se na rede bancária e é objeto de operações de compensação em contas de um grupo empresarial", sustenta Moro.
Bahia Noticias // AO