O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que não adianta a busca por um diploma universitário se os alunos que usam o financiamento terminam os cursos e ficam endividados "porque não tem emprego". O discurso aconteceu neste sábado (21), em um evento em Nova Odessa (SP).
"Que adianta você ter um diploma na parede, o menino faz inclusive o financiamento do FIES que é um instrumento útil, mas depois ele sai, termina o curso, mas fica endividado e não consegue pagar porque não tem emprego", falou.
O ministro voltou a defender o ensino técnico profissionalizante. "O Brasil precisa de mão de obra técnica, profissional, gente com capacidade e é nesse foco que eu quero mirar agora neste restante de mandato do presidente. Escolas profissionalizantes. E aí depois o moço ou a moça, elas fazem esse curso, arrumam um emprego, e aí depois elas falam assim: 'Olha, o que eu gostaria mesmo é de ser um doutor. Eu fiz um curso técnico em veterinária, já tenho meu emprego, mas eu quero ser um médico veterinário'. Pronto, aí ela tem condição de ela mesma prover a condição de fazer esse curso numa universidade depois. Mas sai empregado", argumentou.
Do lado de fora do evento, um grupo de manifestantes da União Nacional dos Estudantes (Une) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) se reuniu para protestar contra o ministro da Educação. Em um dos cartazes, havia a seguinte mensagem: "Ministro, porque você odeia os estudantes?"
Ribeiro, durante a sua fala, comentou brevemente o protesto. "Essa manifestação não são de alunos que querem estudar propriamente. Se eu estivesse aqui falando que as escolas tinham que ficar fechadas, talvez muita gente não viria reclamar de mim. Mas eu quero as escolas abertas", disse ele, sendo aplaudido pelos presentes. "Eu tenho certeza que nenhum desses meninos barulhentos pertence a cidade de vocês. Estão estudando. Gente que estuda não tem tempo de fazer bagunça", completou.