A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, determinou nesta quarta-feira (18) a criação de um gabinete de crise para companhar as investigações da morte de dois jovens indígenas, da etnia Pataxó, no extremo sul da Bahia.
O crime ocorreu na última terça-feira (17) e se soma aos episódios de violência na região, motivados por disputa de território. Samuel Cristiniano do Amor Divino, 25 anos, e Nawir Brito de Jesus, 17, foram mortos a tiros em Itabela, onde está localizada a Terra Indígena Barra Velha.
O local, marcado por conflitos com fazendeiros, é uma das que aguardam a homologação da sua demarcação, em processo que se arrasta há anos e permaneceu congelado durante o governo Bolsonaro.
Agilizar o processo de demarcações dos territórios indígenas é uma das promessas de Lula (PT), que nomeou pela primeira vez uma indígena para ocupar um cargo ministerial.
Sônia Guajajara disse que solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública o envio da Força Nacional para a região.
A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, também pediu providências para proteção dos indígenas da região.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), cobrou prioridade nas investigações dos "fatos graves" relacionados ao duplo homicídio.
A Polícia Civil da Bahia informou que reforçou as equipes que trabalham nas investigações. Policiais estão na busca de testemunhas e imagens que possam ajudar na identificação dos autores do assassinato.
