Política

Mercadante diz que Lula vai interromper ciclo de militar no Ministério da Defesa

"O ministro da Defesa será um civil, foi no governo dele e será”, disse o coordenador dos grupos técnicos da transição

Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O coordenador dos grupos técnicos do governo de transição, ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), afirmou nesta sexta-feira (18) que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicará um civil para o posto de ministro da Defesa.

Com a provável mudança, será o fim de um ciclo de militares no cargo, conforme foi implantado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O presidente já disse isso publicamente. O ministro da Defesa será um civil, foi no governo dele e será”, disse.

Um grupo de trabalho específico irá atuar na questão da presença de militares no governo, já a partir da próxima semana.

“Ele está chegando, vamos fechar o grupo, acho que vocês vão ter uma bela surpresa, acho que está muito bem construído o grupo”, declarou.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, na quinta-feira, o ex-ministro tinha reconhecido haver “problema institucional” relacionado com as Forças Armadas.

A escolha do ministro da Defesa é um dos principais desafios de Lula em seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto. Os militares tiveram amplo espaço no governo do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e parte deles se associou fortemente ao mandatário. Agora, Lula deverá atuar para diminuir a tensão na relação com os militares.

No Diário Oficial da União desta sexta, também foram nomeados novos nomes para a transição do governo. Para o grupo de Planejamento e Orçamento, foi indicado o ex-presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Marcio Pochamnn.

A publicação também corrige a formação completa deste grupo e não conta com o nome do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Ele enviou uma carta ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e coordenador da transição em que renunciou à equipe. Mantega apontou a intenção de adversários em “tumultuar” e “criar dificuldades para o novo governo” como uma das razões para o seu afastamento.