O superintendente do Procon na Bahia, Marcos Medrado, disputou a eleição de 2018 para deputado federal pelo Solidaridade, numa chapa liderada pelo DEM do prefeito ACM Neto, mas não logrou êxito e ficou na quarta suplência.
O primeiro suplente, o ex-deputado Luiz Argolo, foi preso na operação Lava Jato, portanto, ficou impedido de assumir vaga na Câmara Federal.
Colbert Martins (PMDB), segundo suplente, foi eleito vice-prefeito em Feira de Santana e não dá sinal de que deixará o posto em que está para ir à capital federal.
Neste início de 2017, surgiram duas vagas na Casa de leis em Brasília: Antônio Imbassahy (PSDB) foi nomeado ministro da Secretaria de Governo e Tia Eron (PRB) foi nomeada para a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza em Salvador.
Com esse cenário, as duas vagas ficaram para os suplentes Luciano Braga, hoje no PMB, e Marcos Medrado, hoje no PR, sigla aliada do governador Rui Costa (PT), isto é, no lado oposto ao grupo com o qual disputou a eleição de 2014.
Medrado diz que se preparava para assumir a cadeira em Brasília, quando o prefeito ACM Neto retirou Tia Eron da Semps no contexto em que ela iria votar na eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, mas não voltou. Agora, o próprio democrata afirma que a parlamentar ficará por mais um tempo no Legislativo.
O movimento foi entendido como uma estratégia para evitar que um deputado do grupo adversário assuma uma vaga no Congresso Nacional.
Em conversa com a imprensa nesta sexta-feira (10), durante evento no Hotel Sheraton da Bahia, o articulador político de ACM Neto e vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis (PMDB), disse que uma conversa com Medrado poderia ocorrer a qualquer momento.
Nos bastidores, comenta-se que a tese é de que a demora de Tia Eron em retornar à Semps é para ganhar tempo e convencer o suplente a migrar de campo político.
No entanto, Medrado foi taxativo, em entrevista ao Bocão News, ao negar a possibilidade de ter que voltar ao clã político dos democratas como condição de assumir a vaga de deputado. “Eu já não morro mais de amores por ser deputado federal. Em 2018, quero ser deputado estadual”, amenizou.
“Se eu tiver de assumir a cadeira, assumirei, mas vou ficar do lado de Rui Costa. Se eu tiver que mudar de lado para assumir, Tia Eron vai ter que ficar onde está. Eu tô fora [de mudar de lado]”, enfatizou.
Atualmente, Medrado, além de comandar o Procon, tem seu filho, Diogo Medrado (PR), na direção da Bahiatursa. Ele diz que se sente confortável integrando a base do governador Rui Costa, com quem diz ter boa relação de amizade.
(BN) (AF)