Política

Mandato coletivo desiste de 'cadeira de praia' na CMS e acusa colegas de 'racismo' 

Para Laina, toda celeuma escancara "a falta de enfrentamento ao machismo". "A estruturação do racismo que a gente sofre aqui nos mostra a importância de seguirmos na resistência pela política. Para ser racismo não precisa ter arma na cabeça, é a gente, negro, que diz o que é racismo. E é racismo sim a expulsão de uma preta do plenário. Vai ter preta ocupando espaços de poder, sim", afirmou. 

Divulgação
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Vereadora "titular" do mandato Pretas por Salvador, Laina Crisóstomo (PSOL) desistiu de levar, pelo segundo dia seguido, a uma cadeira de praia para a Câmara Municipal de Salvador (CMS). Ontem, a vereadora levou o equipamento para colocar sua "co-vereadora" no plenário. O ato, no entanto, foi interrompido antes de ser executado. 

Para Laina, toda celeuma escancara "a falta de enfrentamento ao machismo". "A estruturação do racismo que a gente sofre aqui nos mostra a importância de seguirmos na resistência pela política. Para ser racismo não precisa ter arma na cabeça, é a gente, negro, que diz o que é racismo. E é racismo sim a expulsão de uma preta do plenário. Vai ter preta ocupando espaços de poder, sim", afirmou. 

Laina reclamou ainda de uma carta lida em plenário, assinada pela Mesa Diretora da Câmara. O texto trazia críticas à Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), que propôs uma inspeção na CMS para apurar a suposta violência política contra Laina. "Poderes têm autonomia, mas a construção política das mulheres não se dá sozinho, nós, uma 'mandata' de mulheres pretas, fomos à AL-BA pedir apoio, ajuda. Nós sofremos violência política de gênero. Não vamos ficar em silêncio. Existe lei que pune e criminaliza violência política de gênero. Fomos lá pedir ajuda, como fomos em diversos espaços. Nosso papel como mandata é publicizar essa violência, para que nenhuma outra sofra essa situação".