Política

Mandarino atribui fomentação do tráfico de drogas a ricos e avisa que não irá matar ‘pretos e pobres’

O chefe da pasta de segurança ainda defendeu a necessidade de taxar quem faz o uso de entorpecentes, tributando os mesmo

Eloi Correa/GovBA
Eloi Correa/GovBA

O secretário de Segurança Pública da Bahia, Rucardo Mandarino, reforçou as medidas de combate ao enfrentamento do tráfico de drogas vindo da classe mais alta da população baiana. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (15), Mandarino revelou que não vai adotar medidas violentas contra a população 'preta e pobre' da Bahia e que irá combater o crime organizado vindo dos ‘ricos’.

“Quem é que compra droga? Os ricos, a classe média, é esse pessoal que financia essa violência. Será que eles não tomam consciência disso? Então, a sociedade precisa parar com essa hipocrisia. Agora quando a gente debate isso aparece um monte de idiota pra falar que você é maconheiro, que é ‘não-sei-quê’. Mas o debate é um negócio sério, é um debate de saúde pública”, disse o secretário.

Lamentando as últimas mortes de agentes militares, Mandarino também deixou claro não concordar com a política de enfrentamento exposto e violentos  que matam diariamente policiais, criminosos e cidadãos.

O chefe da pasta de segurança ainda defendeu a necessidade de taxar quem faz o uso de entorpecentes, tributando os mesmo.

“Aí você tributava, pegava esse dinheiro da tributação e construía hospitais para recuperar drogados e pra fazer propaganda contra o uso de drogas. Você frita o boi com a própria banha. Então, você me pergunta o que você vai fazer? Eu vou fazer o que é possível, o que a lei me autoriza porque nós não somos milicianos. Polícia de Estado não é para matar ninguém, não é para sair matando. Só se mata em legítima defesa. Fora disso, não é admissível fazer”, pontuou.

Com um discurso similar ao do Governador da Bahia, Rui Costa (PT), Mandarino reforçou que agora deve se focar no antro da fomentação de drogas, que vem da classe média alta que é quem mais consome e não dos jovens e crianças que as levam até eles. 

“Vamos parar de matar as vítimas que todo mundo chama de bandido, essa política nós não vamos adotar. Somos humanistas, nós somos contra racismo, nós somos contra intolerância religiosa”, finalizou o secretário.