Política

Maioria dos governadores eleitos enfrentou oposição dos prefeitos de suas capitais

Em todos os casos os adversários dos governadores eleitos tiveram menor votação nas capitais.

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Maioria dos governadores eleitos enfrentou oposição dos prefeitos de suas capitais

Ter apoio de prefeitos de capitais não teve o efeito esperado para candidatos aos governos neste primeiro turno das eleições. Dos 13 governadores eleitos no domingo (7), 8 foram concorrentes diretos de um candidato aliado à prefeitura da principal cidade dos seus estados. Em todos os casos os adversários dos governadores eleitos tiveram menor votação nas capitais.

A Bahia é um dos casos emblemáticos. O quarto maior colégio eleitoral do país reelegeu Rui Costa (PT) com 75% dos votos, adversário do prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), que apoiou o correligionário José Ronaldo (DEM)

Neto, que foi reeleito em primeiro turno em 2016 e chegou a ensaiar a possibilidade de renunciar à prefeitura no início do ano para disputar o governo contra Costa, não conseguiu transferir seus votos para o aliado. O petista recebeu 72% dos votos na capital baiana, enquanto Ronaldo ficou com 23%.

No Paraná, o prefeito de Curitiba Rafael Greca (PMN) fez discursos de apoio a Cida Borghetti (PP), que tentava a reeleição contra Ratinho Junior (PSD). 

"Parece que alguém comeu a roupa do rato. Acho que foi a nossa governadora firme e forte. Animem-se, nós vamos ganhar a eleição", consolou Greca a aliados quando as pesquisas apontavam vantagem de Ratinho sobre Cida. A disputa não avançou para o segundo tuno e o candidato do PSD teve 60% dos votos em Curitiba.

A porcentagem é similar à que Goiânia deu a Ronaldo Caiado (DEM), que era adversário de Daniel Vilela (MDB), mesmo partido do prefeito Iris Rezende. O apoio também não deu resultados em Maceió, Rio Branco e João Pessoa —nesta última, o candidato derrotado ao governo da Paraíba é irmão do prefeito Luciano Cartaxo (PV).

Teresina e Palmas saem desse padrão. Caso a eleição só ocorresse nas capitais, a porcentagem de votos dos governadores eleitos faria com que houvesse um segundo turno. No primeiro caso, o governador reeleito no Piauí, Wellington Dias (PT), recebeu 35% dos votos válidos na capital do estado, que é governada por Firmino Filho (PSDB).

Mas o desempenho do candidato de Firmino também não foi bom. Luciano Nunes (PSDB) ficou em terceiro lugar, atrás de Dr. Pessoa (SD). A outra situação é do Tocantins, onde o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) concorreu ao governo e perdeu.

O governador reeleito Mauro Carlesse (PHS) ficou com 41% dos votos em Palmas (57% em todo o estado), contra 39% de Amastha, que era apoiado pela prefeita Cinthia Ribeiro.Em minoria, outros cinco prefeitos de capitais são aliados de candidatos vitoriosos: em Pernambuco, no Espírito Santo, no Ceará, em Mato Grosso e no Maranhão. 

No entanto, foi o interior que garantiu a eleição de Paulo Câmara (PSB) em Pernambuco em primeiro turno. No Recife, cidade administrada por Geraldo Júlio (PSB), o governador teve 43% dos votos.

Folhapress // AO