O presidente Lula (PT) aplicou uma série de vetos no Orçamento de 2024, sendo um deles particularmente controverso, atingindo emendas relacionadas a obras de infraestrutura e aquisição de maquinário agrícola, consideradas as "preferidas de deputados e senadores".
O corte totalizou R$ 4,2 bilhões, impactando diretamente a capacidade dos parlamentares de promover suas realizações por meio de placas em obras e eventos de entrega de máquinas aos produtores rurais. Essas ações, de acordo com o Estadão, são fundamentais para ampliar a influência nos redutos eleitorais, o que se tornará ainda mais crucial em 2024, um ano de eleições municipais.
O maior corte, no valor de R$ 1,5 bilhão, foi realizado na ação “Apoio a Projetos de Desenvolvimento Sustentável Local Integrado”, vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Essa rubrica orçamentária abrange a construção e manutenção de infraestrutura como estradas, pontes, galpões, iluminação, calçadas e pavimentação, além da aquisição de maquinário agrícola, como tratores, retroescavadeiras e caminhões. É importante notar que essa pasta é liderada por Waldez Góes, apadrinhado do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Davi Alcolumbre (União-AP).
Diante das críticas e da possibilidade de derrubada dos vetos, o presidente Lula anunciou que se reunirá com lideranças partidárias para explicar sua decisão. Em uma entrevista à Metrópole FM, na última terça-feira (23), Lula defendeu o Orçamento de 2024, afirmando que está sendo elaborado “com as condições que é possível fazer”, destacando o aumento de investimentos em saúde e educação.