O presidente Lula (PT) tem demonstrado estar impaciente com as rotinas do dia-a-dia da sua gestão, assim como os rituais da política. Essa tem sido a visão de aliados históricos do mandatário. Essa postura, considerada incomum por eles, tem se refletido nas dificuldades na relação com o Congresso, onde tem sofrido uma série de derrotas.
Segundo O Globo, ao contrário dos governos I e II, o petista tem evitado almoços e jantares com parlamentares, assim como os churrascos e jogos de futebol. Ademais, tem mostrado menos disposição para levar deputados e senadores em suas viagens pelo país.
Da mesma forma como em outros momentos em que as dificuldades do governo no Congresso ficaram mais evidentes, Lula anunciou a auxiliares que pretende agora se dedicar mais à articulação política. Porém, o movimento é visto com reservas no membros do Poder Executivo – o presidente, já havia assumido esse compromisso outras vezes.
Essa falta de paciência tem feito com que aliados coloquem em dúvida a disposição do petista em concorrer à reeleição – ele, no entanto, quando questionado sobre o assunto, sempre reafirma a intenção de estar novamente nas urnas.
Em declaração à publicação carioca, o senador Jaques Wagner (PT-BA), considerado um dos principais conselheiros do presidente e amigo de longa data disse que Lula dos outros mandatos era outro.
"Ele passou um ano e pouco preso, viu gente comemorar a morte da esposa [Marisa Letícia, ex-primeira-dama, em 2017]. O cara tem alma, não é de ferro", afirmou o parlamentar.