Política

Lula sinaliza que nº 2 da Abin pode cair caso relação com Ramagem seja comprovada

Alessandro Moretti, segundo investigadores da PF, manteve contato com o ex-diretor da agência

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou preocupação com a possível ligação do diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti, com o ex-diretor geral do órgão, Alexandre Ramagem — ele foi acusado de criar uma equipe paralela na Agência para espionar ilegalmente adversários do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Lula afirmou que "se isso for verdade, e isso está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar na polícia". Moretti, como segundo no comando na Abin, está subordinado ao diretor-geral Luiz Fernando Corrêa. Segundo investigadores da Polícia Federal (PF), membros da atual cúpula da Abin mantiveram contato com Ramagem e repassaram informações sigilosas.

A investigação da PF veio a público na semana passada, gerando pressão para que Corrêa e Moretti sejam demitidos. Lula, no entanto, expressou confiança no diretor-geral que indicou ao cargo, mas demonstrou insegurança quanto à equipe atual da Abin.

"A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin é o companheiro que foi o meu diretor-geral da PF entre 2007 e 2010. É uma pessoa que eu tenho muita confiança e por isso eu o chamei, já que eu não conhecia ninguém dentro da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele. Dentro dessa equipe tem um cidadão [Moretti], que é o que está sendo acusado, que mantinha relações com o Ramagem", contou o presidente em entrevista à CBN Recife, nesta terça-feira (30).