Política

Lula se comporta com ‘absoluta lisura’, diz ministro da Justiça

José Eduardo Cardozo voltou a defender o ex-presidente

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a defender nesta sexta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado nas operações Lava-Jato e Zelotes. Ele disse que o ex-presidente se comporta com lisura, mas setores da oposição travam uma disputa política e para incriminá-lo. Em relação às investigações da Polícia Federal (PF), ligada ao Ministério da Justiça, ele disse que não faria comentários, mas destacou que o governo dá autonomia para que a PF possa trabalhar.

— Como pessoa que conhece o presidente Lula há muito tempo, eu sempre o tive como um grande líder, eu sempre o tive como uma pessoa que se comporta com absoluta lisura. Isso como testemunha de vida, e não de ministro. Eu atribuí sim, não no âmbito da investigação, mas no âmbito da política, em que há muitos setores da oposição em criar situações que atinjam a imagem de uma pessoa que foi um presidente indiscutivelmente aplaudido durante todo o período da sua gestão pelas substantivas melhoras e mudanças que empreendeu no país. Portanto há sem sombra de dúvida uma luta política em torno disso, em que setores oposicionistas tentam obviamente maximizar situações que evidentemente não podem ensejar pré-julgamentos, condenações — disse Cardozo.

Na última segunda-feira, o presidente do PT, Rui Falcão, soltou nota dizendo que há um "consórcio entre a oposição reacionária, a mídia monopolizada e setores do aparelho de Estado capturados pela direita" para tentar transformar Lula em vilão. Questionado se Falcão está errado, Cardozo, que é filiado ao PT, respondeu que não comentaria notas de qualquer partido, nem mesmo o dele. Falaria apenas das atribuições do ministério que ele comanda. Segundo Cardozo, o governo da presidente Dilma Rousseff não interfere em investigações.

— O dia em que o ministro da Justiça fizer algum juízo de valor sobre situação em investigação, ele descumpre dois preceitos. O primeiro em que não pode interferir dando opiniões em investigação. Ele deve agir quando há ilegalidade ou abuso. E segundo, é justamente criar situações do ponto de vista da imagem das pessoas que eu acho pouco desejável. Pessoas investigadas não são condenadas, não podem ser execradas. Fatos é que são investigados, não pessoas — afirmou Cardozo.

Ele também voltou a condenar vazamentos ilegais de investigações

Foto: Reprodução/O Globo