O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou, nesta segunda-feira (04), os eleitores contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff a tomarem as ruas no dia em que a Câmara votar o pedido de abertura do processo de afastamento da presidente.”No dia em que forem colocar em votação o impeachment nós temos que estar nas ruas porque eles estão tentando armar uma treta para nós e avisar só os coxinhas”, disse Lula durante um ato em defesa da democracia na frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo.
O ato começou ao som de um panelaço promovido moradores de prédios e casas próximos à sede do sindicato.Dias depois de chamar o vice-presidente Michel Temer de golpista em um discurso em Fortaleza (CE), Lula mediu as palavras nesta segunda ao se referir ao possível sucessor de Dilma. “Não tenho nada contra o Michel Temer. A única coisa que posso dizer é que se ele quer ser presidente que dispute a eleição. Este negócio de tentar encurtar o caminho não dá certo”, afirmou Lula.
Oradores que precederam o discurso do ex-presidente não pouparam o vice-presidente. Vagner de Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rafael Marques, presidente do sindicato e outros usaram várias vezes a palavra “golpista” para se referir ao peemedebista.”Não posso falar as palavras que alguns disseram porque ainda tenho uma tarefa para ser cumprida”, justificou Lula, que espera assumir na quinta-feira a chefia do ministério da Casa Civil.
O ex-presidente disse que no ministério sua principal tarefa será conversar com diversos setores da sociedade e tentar romper o isolamento do governo imposto pelo estilo de Dilma. “Se tem alguém reclamando que a Dilma não conversa vai se lascar. Porque eu vou conversar. Vou dizer para a Dilma ir governar o Brasil enquanto eu converso. Porque o Brasil precisa voltar a sorrir”, explicou Lula.
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