O pecuarista José Carlos Bumlai trocou 1.005 telefonemas com o ex-presidente Lula e seu staff direto nos últimos cinco anos.
É o que mostra um relatório do Ministério Público Federal sobre a quebra de sigilo telefônico do empresário, autorizada pela Justiça e que abrange os últimos doze anos.
As operadoras só disponibilizaram dos dados relativos aos últimos cinco anos. Essa quebra de sigilo listou todas as ligações de Bumlai para os números de telefone utilizados pelo Instituto Lula, dona Marisa, seguranças e assessores diretos do ex-presidente, incluindo o fotógrafo pessoal.
Bumlai é um personagem-chave no escândalo de corrupção na Petrobras. Amigo de Lula, tinha passe livre para entrar no Planalto a hora que bem entendesse.
Fora do governo, ele participava de negociações de propina que, segundo os delatores, tinham como beneficiários o PT e pessoas próximas ao ex-presidente da República.
O pecuarista está envolvido numa trama que resultou no pagamento de suborno a uma testemunha que ameaçava envolver Lula e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho no assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André.
Preso na operação Lava-Jato, Bumlai também é acusado de ter financiado uma mal sucedida tentativa de comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras.