O ex-presidente Lula (PT) criticou a postura de policiais federais durante a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que feriu dois agentes enquanto resistia ao cumprimento do mandado de prisão por xingar a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, enquanto cumpria pena em regime domiciliar.
De tornozeleira eletrônica, Jefferson foi para casa por motivos de saúde, mas cumpria pena justamente por fazer ameaças de ataque ao STF.
Segundo Lula, a conduta da polícia em outros ambientes e operações em bairros pobres é completamente diferente.
"A polícia quando é para pegar pobre já chega atirando. Quando pega um deputado como Roberto Jefferson, a polícia é recebida a tiro, não atira e ainda o delegado fala 'olha, estou aqui o que o senhor quer que eu faça, estou aqui para lhe tratar bem'", declarou Lula em live organizada por sua campanha com o apresentador e humorista Paulo Vieira.
"Se fosse um pobre negro, teria atirado 50 tiros antes para depois falar 'a gente pensou que ele estava armado'. E, de vez em quando, coloca arma na mão para falar 'foi ele que atirou na gente'. Nós queremos mudar isso. Não sei se em quatro anos a gente consegue mudar, mas uma longa caminhada começa com o primeiro passo", ponderou.
Na conversa, Lula também falou do eventual ministério em seu governo, alegando que ainda não decidiu pelos nomes, e também se emocionou ao falar da fome e da prostituição infantil.