O ex-deputado federal a articulador político do MDB, o baiano Lúcio Vieira Lima não quer antecipar nenhuma decisão que venha a ser tomada pelo partido em relação à candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) à presidência da República.
Nos últimas dias, cresce o assédio de parte do partido para que ela retire o nome da disputa e a sigla caminhe com Lula já no primeiro turno da disputa. Na Bahia, por exemplo, o MDB se aliou ao PT no estado após mais de 10 anos na oposição. A este cenário soma-se o fato de Simone Tebet não ultrapassar 1% das intenções de voto nas pesquisas realizadas até o momento.
Em conversa com o Portal Salvador FM, Lúcio admitiu nesta quarta-feira (13) que vê com naturalidade o lobby de Renan Calheiros (MDB-AL) para que a legenda sele o apoio a Lula, já que atende aos seus próprios interesses particulares. O seu filho, Renan Filho (MDB-AL), renunciou ao Governo do Alagoas para disputar o Senado, e a leitura é que com a sua imagem colada a do ex-presidente ele consiga vencer a eleição.
"É um movimento natural, todo mundo luta por sua sobrevivência, então Renan e companhia sabem muito bem que você vai ter uma eleição nacionalizada. Os caras querem essa definição por interesse pessoal. Se Simone [Tebet] não está decolando, vão querer ela candidata para não puxar voto?", indaga. "O tempo está passando e não passa de 1%. Todo mundo na política só acompanha a pessoa até a beira de cova", complementa.
Para Lúcio, a situação na Bahia deve se repetir em outros estados e que todos os candidatos que estejam atrelados a Lula ou ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL), largam com vantagem em relação a outros postulantes, como o caso do ex-prefeito ACM Neto (UB), que diz ter no estado "palanque aberto" para diferentes candidatos.
"Aqui na Bahia o partido foi com Jerônimo, você tem três ou quatro nomes locais querendo ir com Neto. Mas o rapaz da Bahia [ACM Neto] não apoiou Ciro Gomes, não apoiou Moro, porque não acrescenta nada a ele. Mas fica sem identidade. Você acha que se Dória tivesse 40%, Ciro, ou Moro, ele ia querer palanque aberto?", provoca.
"De acordo com a conveniência local, ou vão para Lula, ou para Bolsonaro, que são os que puxam voto. Quem não tem condição de ir para um ou para outro, deixa o palanque aberto. Eu chamo de candidatura teto solar", ironiza o emedebista.
Diante deste cenário, a liderança não descarta um crescimento do pré-candidato do PL, João Roma, ministro da Cidadania de Jair Bolsonaro e que conta com o apoio do presidente na briga pelo Palácio de Ondina. Lúcio diz que ACM Neto pode terminar disputando com Roma no 'par ou ímpar' quem vai para o segundo turno.
"ACM Neto está caminhando para decidir no par ou ímpar quem vai para o segundo turno. Está caindo em um abismo. Aparecem 10 mãos, ele vai pegar em qual? O eleitor gosta de firmeza, não de indecisão", conclui.