O cenário de crise política enfrentado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) tem deixado muitos petistas insatisfeitos e descrentes na legenda, chegando ao ponto de alguns cogitarem mudar de sigla para disputar as eleições municipais do próximo ano. O PSB, aliado antigo do PT, seria o plano A de alguns eventuais dissidentes como Luiz Caetano em Camaçari, Geraldo Simões em Itabuna, além do senador Walter Pinheiro. No entanto, a senadora Lídice da Mata, presidente do PSB na Bahia, nega que seu partido esteja se colocando na condição de “porto seguro” para políticos que busquem uma legenda menos desgastada para pleitearem um posto eletivo em 2016.
“Ninguém entra no partido, na nossa regra, para garantir legenda para disputar. Todos vêm para se filiar ao PSB. Quem vier com essa intenção, tem que repensar sua posição, porque, entrando no PSB, o PSB discutirá esta candidatura ou não. Poderá ou não ser candidato. Não vamos aceitar a pessoa entrar no partido só para ser candidato. Aí, perde a eleição e sai do partido?”, ponderou a senadora em entrevista ao Bocão News.
Lídice, no entanto, não descarta colocar seu nome no páreo pela prefeitura de Salvador no próximo ano. Inclusive, sua candidatura teria o aval do ex-governador Jaques Wagner, hoje ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff. “Sou uma militante política que sempre estive à disposição do meu partido para tudo, inclusive para tarefas que são muito difíceis, como a última eleição. Saímos do governo, que tínhamos uma participação e foi a composição que me elegi, para assumir uma tarefa que o partido nacional me reivindicou que foi ter uma candidatura ao governo do Estado da Bahia. […] Enquanto estiver na política, estarei para assumir as tarefas políticas que o conjunto do partido compreender necessárias. Existe também a vontade individual. Ninguém pode ir para determinadas tarefas sem compreendê-las e sem dar de si individualmente tudo que estiver condições de dar. Estou à disposição do meu partido para 2016, como sempre estive”, admitiu Lídice.
A senadora também deixou claro que para colocar seu “bloco na rua” apresentará condições. “Se a eleição terá dois, três, dez candidatos, a luta política vai decidir um pouco. Agora, para existir a nossa candidatura, temos condicionantes. Mesmo que o partido deseje ter uma candidatura à prefeitura de Salvador, uma candidatura não pode nascer apenas de um desejo de um grupo de militantes, ou mesmo do partido como um todo. O próprio partido precisa fazer a sua tarefa, garantir alianças, garantir condicionantes para que aquela candidatura se torne viável”, explicou a socialista.
(Foto: Reprodução/ Política Livre)