Política

Líder do governo na Câmara nega que PT esteja incitando a violência

Petistas estão convocando protestos para o mesmo dia das manifestações contra Dilma

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O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse nesta segund-feira que as manifestações fazem parte da democracia, que todos têm o direito de se manifestar e negou que o PT esteja incitando a violência. Indagado sobre a decisão de militantes e alguns parlamentares do PT, como o distrital Chico Vigilante (DF), estarem convocando manifestações para o dia 13 de março, mesmo dia em que já foi convocada a manifestação contra a presidente Dilma Rousseff, Guimarães afirmou que não foi essa a informação repassada a ele pelo presidente nacional do PT Rui Falcão. Segundo ele, quem incita o golpe é a oposição.

– Fui informado pelo presidente Rui, que o PT não está convocando. O partido tem instâncias. Agora, se tiver manifestação espontânea, o governo vai garantir a ordem e agir ao rigor da lei, para que se respeite a livre manifestação. O direito de manifestação é sagrado. Nem nos tempos da ditadura, o PT incitou a violência, não é agora que vai fazer. Quem pratica a violência? Quem torce para o clima de instabilidade? É a oposição, que quer ganhar no tapetão. As manifestações, quando ocorrerem, seja no dia 13, no dia 18 ou no dia 31, precisam ser encaradas com normalidade – disse Guimarães, acrescentando.

– Quem pichou sede de partido não foi o PT. Evidente que há excessos num clima desses, de ambos os lados, serão corrigidos. Temos que desarmar os ânimos e buscar construir o entendimento dentro da normalidade democrática. Quem está incitando o golpe não é o governo, muito menos o PT. São outros atores da cena política. É todo dia aquela cantiga, é impeachment, é isso, é aquilo.

O líder disse ainda que não tratou com o governo sobre a possibilidade de uso das Forças Armadas para garantir a ordem nas manifestações do próximo domingo:

– Eu ouvi essa fofoca, mas não conversei sobre isso. Não tratei com o governo sobre manifestações, conversamos sobre as votações no Congresso, como conduzir o debate político aqui. Tudo mais é especulação.

Guimarães também reagiu com ironia ao ser indagado sobre a decisão da oposição de questionar o uso de avião da FAB pela presidente Dilma Rousseff para ir a São Paulo conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Referindo-se a relatório feito pelo atual governo de Minas Gerais, comandado pelo petista Fernando Pimentel, que mostra que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) usou o avião do governo mineiro para ir 124 vezes ao Rio em sete anos que governou o estado, Guimarães provocou:

– Em matéria de usar avião, o Aécio conhece muito bem em Minas Gerais.

O líder do governo também criticou o anúncio feito pela oposição de obstrução das votações no Congresso para pressionar pela instalação da comissão de impeachment. Segundo Guimarães, o próprio governo tem interesse de virar a página do impeachment, "enterrando esse morto-vivo". O líder ironizou o fato de a oposição dizer que aditará o pedido do impeachment com a delação do senador Delcídio Amaral (PT-MS), depois que ela for homologada.

– Nós queremos, há muito tempo, acelerar o processo de impeachment. Defendi já em dezembro. Queremos enterrar esse morto-vivo. Depois do julgamento dos embargos. A oposição adita qualquer coisa, qualquer cisco, está no papel dela. E essa obstrução das votações é prejudicial ao país. Toda semana é essa história do quanto pior, melhor. O que o PSDB quer é criar esse clima de instabilidade e de paralisia do país. Nós queremos que a Câmara funcione – disse Guimarães.

Segundo o líder, o governo está dialogando com os parlamentares sobre as matérias que estão na pauta e a decisão será tomada amanhã com os líderes aliados. Ele citou como exemplo, a negociação em torno da PEC da Saúde, com integrantes da oposição.

Foto: Reprodução