'Meteu bronca'

Líder da oposição na CMS chama Bruno de 'prefeito do cimento' após obras de requalificação da orla

Segundo vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição na CMS, Bruno está transformando a Orla Atlântica de Salvador em uma "cortina de concreto"

Líder da oposição na CMS chama Bruno de 'prefeito do cimento' após obras de requalificação da orla
Foto: Divulgação/Assessoria

A líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador (CMS), Aladilce Souza (PCdoB), chamou o prefeito Bruno Reis (União) de “Rei do Cimento” ao transformar, segundo a edil, a Orla Atlântica da capital baiana em uma “cortina de concreto”.

A declaração foi feita na tribuna da Casa, na terça-feira (18), quando a comunista questionou a intenção da atual gestão em colocar 30 terrenos públicos para leilão, incluindo amplas áreas verdes em bairros valorizados, às vésperas do carnaval e da revisão do PDDU.

Aladilce ainda pontuou o que chamou de “artifício para beneficiar a especulação imobiliária”, o terreno de 17,5 mil metros quadrados, em Patamares, ao lado do Circo Picolino, com lance inicial de R$ 19 milhões. A área teve sua vegetação suprimida recentemente para a obras de requalificação do trecho da Boca do Rio a Pituaçu.

Bruno também é o “prefeito das taxas”, afirma Aladilce

Além disso, também na Orla Atlântica, estão à venda um terreno de quase 9 mil metros em Itapuã (R$13 milhões); outro de 3 mil metros na Avenida Orlando Gomes, em Piatã (R$5,89 milhões); uma área de encosta com 3.160 m na Barra, próximo ao Cristo (R$4,94 milhões); um terreno de 6 mil m em Piatã (R$3,66 milhões) e outro de 2,6 mil m em Stella Maris (R$3,2 milhões).

“Agora ele é o Prefeito do Cimento, não é só o Prefeito das Taxas. Se a cidade já está quente, vai ficar mais quente ainda, e quem lucra com isso é a especulação imobiliária. É lamentável, eu sei que essa Casa não desafetou essas áreas com essa intenção, tenho certeza disso, mas o prefeito está vendendo nosso patrimônio para dar lugar a espigões, transformar a paisagem, o frontispício da nossa cidade, numa cortina de concreto”, declarou Aladilce.

Segundo ela, a gestão municipal está acelerando a “entrega” de áreas cobiçadas à iniciativa privada, para se antecipar à revisão do PDDU.

“A Câmara tem este ano o papel de mobilizar a cidade para discutir a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e colocar um freio nessa verticalização desenfreada que está mudando o perfil da nossa cidade, vide os espigões já erguidos em Jaguaribe e Patamares, os projetos para a praia do Buracão e Stella Maris, que vão provocar, entre outros impactos ambientais, o sombreamento das praias”, afirmou.

A líder da oposição classificou como ironia a declaração do prefeito negando a existência de áreas de proteção ambiental entre as desafetadas e colocadas em leilão. Segundo Bruno Reis, alguns terrenos são “classificados como áreas verdes, mas há muitos anos não têm mais vegetação nenhuma, não têm qualquer utilidade”.