Sob a condução dos governos do PT, as universidades estaduais da Bahia viram seu orçamento despencar em relação à Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado nos últimos dez anos. Em 2013, as instituições tinham 4,40% de participação na RCL de R$ 23 bilhões, enquanto em 2022 ficaram com 2,71% de R$ 55,2 bilhões disponíveis no Tesouro estadual. Os dados são do Portal Transparência da Bahia.
A queda mais acentuada foi registrada entre 2019 e 2022, quando o percentual para as universidades decresceu de 3,99% para 2,71%. Naquele período, o secretário de Educação da Bahia era Jerônimo Rodrigues (PT), atual governador do Estado. Este ano, a projeção é de 3,50% diante R$ 58,9 bilhões em caixa, mas ainda assim bem abaixo dos 7% reivindicados pela comunidade acadêmica na greve iniciada no último dia 6, na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), de onde Jerônimo já foi professor.
Ao longo de uma década, o salto da RCL de R$ 23 bilhões para quase R$ 60 bilhões, todavia, não influiu no volume de repasses às universidades, é o que pontua o deputado estadual Alan Sanches (União Brasil), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
“Veja que teve muito mais dinheiro em caixa e mesmo assim as universidades ficaram à deriva, com o pires na mão. Essa é mais uma demonstração de que a vida real dos governos do PT é bem diferente do que eles pregam durante a eleição. É um estelionato eleitoral”, observou Alan Sanches.
“Inclusive, o governador do Estado é professor licenciado de uma universidade estadual. Não é possível que ele vá permanecer insensível com essa questão já que ele conhece de perto os problemas. A gente espera ver a boa vontade do governador porque agora ele tem a caneta na mão e pode resolver”, emendou o líder da oposição na Assembleia.
Na quarta-feira (18), professores das quatro universidades estaduais (Uneb, Uefs, Uesb e Uesc) também cruzaram os braços para reivindicar por orçamento, direitos, autonomia, salário e contratação de mais docentes, segundo informou o sindicato que representa a classe, a Aduneb, depois de tentativas frustradas de negociação com o governo Jerônimo.