Política

Lava Jato apura propinas de operador ligado a Temer

Investigadores da Lava Jato rastreiam propina da Petrobrás para o PMDB

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Foto divulgação

 

Os responsáveis por investigar o esquema de corrupção na Petrobras mapeiam o caminho de um montante de propina distribuído pelo operador do PMDB João Augusto Henriques Rezende, citado por Delcídio Amaral como alguém indicado pelo presidente interino, Michel Temer, para a diretoria da BR Distribuidora, por onde teria feito compra ilícita de etanol.

A quantia de US$ 10 milhões em propina teria sido paga no negócio de compra de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África, em 2011.

A negociação rendeu um repasse de US$ 1,5 milhão a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara. O mapeamento da Lava Jato consiste agora em identificar onde foram parar os outros US$ 7,5 milhões.

João Augusto Henriques recebeu a "comissão" de US$ 10 milhões do grupo português Lusitanea Petroleum, do empresário Idalécio de Oliveira, por meio de um negócio irregular que gerou prejuízos à Petrobras – o campo de exploração 4 de Benin foi vendido a US$ 34 milhões.

Em nome da offshore Acona International Investments Ltd, ele distribuiu a propina às "pessoas que o ajudaram nessa transação", conforme ele mesmo relatou em depoimento à Polícia Federal.

A Lava Jato identificou que US$ 4,1 milhões foram repassados para a conta da offshore Sandfield Consulting SA, aberta no Panamá, US$ 2 milhões para a Ample Power Limited, de Hong Kong, e US$ 1,7 milhão para a Stingdale Holdings Inc., entre outras.

O Ministério Público Federal trabalha agora para identificar os proprietários dessas contas. João Henriques e o empresário português Idalécio de Oliveira viraram réus na Lava Jato nesta quinta-feira junto com a mulher de Cunha, Cláudia Cruz.

Fonte .247 (AF)