Política

Kátia Abreu desafia Araújo na CPI da Covid: coragem de repetir as falas na reunião ministerial

Kátia também questionou, de forma retórica, o motivo pelo qual o governo insistiu na cloroquina e desprezou as vacinas, especialmente a CoronaVac

Pedro França e Edilson Rodrigues/Agência Senado
Pedro França e Edilson Rodrigues/Agência Senado

A senadora Kátia Abreu (PP-TO) foi a escolhida para representar a bancada feminina na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia, nesta terça-feira (18). Ela utilizou a maior parte de sua fala com críticas a testemunha do dia, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. A senadora o desafiou a repetir as declarações dadas por ele contra a China na reunião ministerial de 22 de abril de 2020.

“[…] A AGU [Advocacia-Geral da União] pediu, encarecidamente, que um pedaço fosse retirado, pelo amor de deus, ou vai dar um problema diplomático seríssimo. Eu gostaria que o senhor tivesse coragem e repetisse quais foram as palavras que o senhor disse lá naquela reunião ministerial”, falou Kátia.

A senadora afirmou que com autorização do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), a fala do ex-ministro foi mantida em segredo. Ela expôs que o restante da reunião, que conciliava uma série de declarações posteriormente questionadas, foi liberado e exibido em rede nacional.

Kátia também questionou, de forma retórica, o motivo pelo qual o governo insistiu na cloroquina e desprezou as vacinas, especialmente a CoronaVac. "Eu imagino que o senhor tem uma memória seletiva, uma memória leviana. O senhor não se lembra nada do que importa é do que ocorreu efetivamente e se lembra de questões mínimas, supérfluas e até mesmo não verdadeiras. A impressão que se tem é que tem um Ernesto, que fala conosco e a gente ouve a voz, e outro que eu não sei onde fica. Nas redes, na internet, nos blogs, falando coisas totalmente diferentes", completou Kátia.