O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou nesta última sexta-feira (22) que não se sente “à vontade” com a fundamentação jurídica do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e acredita que a alegação “é fraca e causa desconforto”.
Barbosa deu essas declarações durante um evento em Santa Catarina e elas foram publicadas pelo Diário Catarinense e revista Exame.com.
“A alegação é fraca e causa desconforto. Descumprimento de regra orçamentária é regra de todos os governos da nação. Não é por outro motivo que os estados estão quebrados. Há um problema sério de proporcionalidade. Não estou dizendo que ela não descumpriu as regras orçamentárias. O que estou querendo dizer é que é desproporcional tirar uma presidente sobre esse fundamento num país como o nosso”, disse o ex-ministro do STF.
“Vão aparecer dúvidas sobre a justeza dessa discussão. Mais do que isso, essa dúvida se transformará em ódio entre parcelas da população. Quanto à justeza e ao acerto político dessa medida tenho dúvidas muito sinceras”, opinou Barbosa.
Joaquim Barbosa ainda defendeu que haja a realização de novas eleições presidenciais no país, já que segundo ele, poderiam ser conduzidas pela própria presidente, porém, pelas palavras dele, ela teria perdido o time.
“Organizem eleições, deixem que o povo resolva. Deem ao povo a oportunidade de encontrar a solução. A solução que propus é uma transição conduzida pela própria presidente. Mas ela já perdeu o timing”, completou o ex-ministro Barbosa.
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