Política

João Roma admite que se vacinou para viajar, mas que não vai tomar doses de reforço

Ex-ministro diz ser errado tentar obrigar o cidadão a se vacinar, mesmo com a possibilidade de contaminar outras pessoas e servir como depósito para que o vírus se reproduza

Reprodução/G1
Reprodução/G1

O ex-ministro da Cidadania, João Roma (PL), admitiu em entrevista ao G1, na sabatina de candidatos ao Governo da Bahia, que só tomou as duas doses de vacina da Pfizer contra a Covid-19 porque precisou viajar para Tóquio, no Japão, para representar o governo brasileiro nas Olimpíadas e Paraolimpíadas.

Apesar de aceitar receber o imunizante à época, o candidato ao governo estadual pelo PL agora avisa que não vai tomar as doses de reforço, mesmo com a eficiência atestada pela ciência.

Para o antigo secretário de ACM Neto na Prefeitura de Salvador, é errado tentar obrigar o cidadão a se vacinar, mesmo com a possibilidade de contaminar outras pessoas e servir como depósito para que o vírus se reproduza e crie variações genéticos mais resistentes ao imunizante.

"Tomei as duas doses da Pfizer pois fui, com muita honra, participar das Olimpíadas, era o protocolo, um voo longo. Mas será que a pessoa é obrigada a sair tomando vacinas? Você vê muitas coisas que deixam as pessoas na dúvida", questionou Roma, ignorando posicionamento de especialistas que calculam a relação dos possíveis efeitos adversos com a chance de morte em quem não recebe a vacina.

"Não tomei e nem pretendo tomar", disse o ministro sobre as terceiras e quartas doses da vacina. Roma já faz parte do público que pode receber a dose de reforço. 

Entre os exemplos, cita pessoas mais velhas com dificuldade de renovar documentações em razão da obrigatoriedade da apresentação do cartão de vacina atualizado.

Diferente da vacina, para Roma o "kit Covid", que reúne medicamentos comprovadamente ineficazes para tratar o coronavírus, pode ter ajudado paciente contaminado a se recuperarem. A ciência, pelo contrário, alerta para o perigo de drogas que não servem para tratar e podem gerar graves prejuízos a quem toma e até levar à morte.

A distribuição do 'kit covid' é o principal capital político de Dra. Raíssa Soares, ex-secretária de Saúde de Porto Seguro, nomeada após intermediar com o presidente Jair Bolsonaro (PL) o envio de milhares de compromidos de cloroquina para a cidade no sul da Bahia.

"Cada médico tem que ter autonomia de poder tratar o seu paciente. O que vimos no Brasil afora é que todos tiveram autonomia e tiveram resultados positivos, No Brasil conseguimos enfrentar a crise mesmo com a pandemia, guerras na Rússia, o país tem apresentado deflação, maior número de empregos, e isso mostra que a sociedade superou as dificuldades", contemporizou.